Festivais Gil Vicente com um olhar profundo sobre a criação teatral , de 07 a 16 de junho
Os espetáculos sobem ao palco do Centro Cultural Vila Flor, de 07 a 16 de junho, com um programa que promete mexer com a cidade e com o público.
A 31ª edição dos Festivais Gil Vicente abre com duas estreias. “Pulmões” (07 de junho), de Luís Araújo, expõe-nos uma geração que faz da incerteza um modo de vida. “Pulmões” é a história de uma conversa: um casal na casa dos trinta, M e W, durante uma ida ao Ikea discute a possibilidade de ter um filho e do impacto que isso terá neles e no planeta.
Segue-se “Retábulos” (08 de junho), a nova peça do Teatro Oficina que leva a cidade para cima do palco. A cidade é a grande protagonista desta criação, em mais um projeto intensamente participativo da companhia de teatro de Guimarães. Uma cidade feita de professores, estudantes, advogados, gestores, desempregados, reformados ou estagiários que agora é convocada a representar no palco do CCVF uma cidade de Alcaides e Governadores, mas que se torna palco de manifestos quando irrompem Cantoneiros ou Mendigos.
A primeira semana dos Festivais Gil Vicente fica concluída com “Se Eu Vivesse Tu Morrias” (09 de junho), um espetáculo de Miguel Castro Caldas & Lígia Soares, Miguel Loureiro e Tiago Barbosa, Filipe Pinto, Gonçalo Alegria e Salomé Marques, que explora um dos limites do teatro.
Na segunda ronda, Tónan Quito traz-nos uma história de amor. “Casimiro e Carolina” (14 de junho), de Horváth, fala sobre as sequelas da crise de 1929, a fazer lembrar esta que ainda atravessamos. A depressão é grande, o desemprego elevado, mas, apesar das medidas de austeridade tomadas pelo governo, as personagens encontram-se numa festa da cerveja para se divertirem, beberem e esquecerem os problemas.
Por sua vez, Estelle Franco, Mariana Ricardo, Masako Hattori, Paula Diogo e Sónia Baptista desafiam-nos a refletir sobre o modo como a memória opera nas nossas vidas em “Sobre Lembrar e Esquecer” (15 de junho). Realizada por cinco criadoras-intérpretes vindas de lugares e experiências distintas, esta é a primeira peça de uma trilogia, inspirada pelo livro “Les Formes de l’oubli” do antropólogo Marc Augé, que se completará com “A Estação de Outono” e “Paisagem”.
O elenco de espetáculos termina com “Perplexos” (16 de junho), de Cristina Carvalhal, uma peça em que a realidade parece estar constantemente a ser reformulada, raiando o absurdo. Os casais, as férias, os filhos, as empregadas domésticas, Darwin e a lei do mais forte…
O programa dos Festivais Gil Vicente não ficaria completo sem o Gangue de Guimarães que volta a ocupar o festival, repetindo o formato inaugurado em 2017 – artistas em residência no Centro de Criação de Candoso e dramaturgos em oficina no Palácio Vila Flor. Este ano, os alunos e ex-alunos da Licenciatura em Teatro da Universidade do Minho também se juntam ao programa de atividades paralelas, invadindo (e conquistando) o Espaço Oficina com uma mostra dos seus projetos. Nestes Festivais Gil Vicente criam-se relações, lançam-se questões em busca de respostas, abrem-se caminhos de encontro, comunhão e partilha. Esperamos que o público participe e se inquiete em cada descoberta.
Os bilhetes estão à venda no Centro Cultural Vila Flor (CCVF), Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG) e Casa da Memória de Guimarães (CDMG), bem como nas Lojas Fnac e El Corte Inglés, e via online em www.ccvf.pt e oficina.bol.pt.
O preço dos ingressos varia entre os 5,00€ e os 10,00€ havendo a possibilidade de adquirir diferentes assinaturas para o festival. Os alunos que frequentam Escolas de Artes Performativas têm um preço especial de 4,00€ nos espetáculos. O programa completo dos Festivais Gil Vicente pode ser consultado em www.ccvf.pt.