Dia do Emprego da Escola de Engenharia debateu o futuro das cidades
O debate teve lugar na manhã desta quinta-feira, 13 de fevereiro, no Auditório Nobre da UM, e sentou à mesa os autarcas Domingos Bragança, Miguel Costa Gomes e Miguel Bandeira e o Reitor Rui Vieira de Castro.
Moderado pelo Presidente da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, o Professor Pedro Arezes, o debate intitulado “Formar Futuro: Cidades”, integrado no Dia do Emprego da EEUM, discutiu as medidas que as cidades deverão tomar para a fixação de jovens quadros, nomeadamente os que saem dos cursos universitários. O painel de convidados foi formado por Rui Vieira de Castro, Reitor da Universidade do Minho, Domingos Bragança, Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Miguel Costa Gomes, Presidente da Câmara Municipal de Barcelos, e Miguel Bandeira, Vereador da Câmara Municipal de Braga.
Após a introdução do tema por Pedro Arezes, que relevou a atividade da Escola de Engenharia, a sua internacionalização, identidade própria e comprometimento com a região onde se insere, coube a Domingos Bragança, Presidente da Câmara de Guimarães, abrir o debate. O Edil começou por elogiar a escola de excelência que é a Escola de Engenharia da UM e vincar, mais uma vez, a importância da Universidade do Minho para a afirmação da cidade e da região: “Temos orgulho na Escola de Engenharia, pela sua reputação mundial. Um dos maiores ativos para o desenvolvimento da nossa sociedade é a Universidade do Minho e as instituições a ela ligadas. É um ativo excecional para Guimarães, pelo que, enquanto responsável pela gestão do território, penso ser fundamental ver na Universidade do Minho um parceiro estratégico de suma importância”, afirmou.
Entrando nas questões do desenvolvimento das cidades, Domingos Bragança destacou o modelo que na sua opinião é o que melhor se adequa às exigências do presente e do futuro, e que é o do trinómio constituído por Decisores Políticos, Sistema Científico e Educacional e Mundo Empresarial. Esta ideia, já várias vezes invocada por Domingos Bragança, permite que sejam encontradas soluções que dêem resposta a temas tão decisivos e importantes como a transformação digital, a sustentabilidade ambiental, a oferta habitacional, a mobilidade do futuro, o transporte público e a dimensão cultural. Todos estes eixos, que têm vindo a ser trabalhos pela autarquia vimaranense, são para o Presidente da Câmara de Guimarães o que permitirá um crescimento sustentável e a criação das melhores condições para o aumento da atratividade das cidades e a fixação de ativos.
Domingos Bragança vai mais longe: “temos que pensar com horizontes mais alargados e olhar para o Quadrilátero como um projeto de futuro”. No caso concreto, a referência foi feita em relação a uma ligação descarbonizada, em canal dedicado, entre as cidades que constituem o Quadrilátero Urbano (Guimarães, Braga, Famalicão e Barcelos). “É necessário construir uma infraestrutura que ligue os bairros residenciais às cidades, através da qual seja possível um transporte de futuro, independentemente da tecnologia a adotar, que seja moderno e sustentável e que permita horários de cumprimento. É dessa forma que construiremos território de qualidade e atrairemos população qualificada”, frisou.
A qualificação do território foi também um ponto de partida para a reflexão de Rui Vieira de Castro. O Reitor da Universidade do Minho, após traçar um paralelismo entre a história das universidades e a história das cidades, referiu ser o emprego qualificado e a realização de parcerias e interações entre os vários agentes que operam no território a chave para que a atratividade seja alavancada. “Temos que ver o recrutamento de estudantes, professores e investigadores como ação importante para garantirmos ativos que nos permitam agir em áreas como a economia, educação, saúde e gestão do território”, salientou. Rui Vieira de Castro sublinhou ainda o crescimento da UM em 2019, com um registo de acréscimo de 700 novos estudantes.
Miguel Costa Gomes, Presidente da Câmara de Barcelos, escolheu a ruralidade também como oportunidade de fixação de pessoas, bem como a necessidade de uma descentralização que permita agilizar os processos tendentes às decisões e investimentos que permitem o crescimento das cidades. Miguel Costa Gomes destacou ainda o papel do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave para a promoção do concelho de Barcelos.
Miguel Bandeira, vereador da Câmara Municipal de Braga, reforçou a estratégia apontada por Domingos Bragança em fazer do Quadrilátero um núcleo de desenvolvimento regional, o que, nas suas palavras, “permitirá adquirir um peso reivindicativo muito mais expressivo junto das instituições, nacionais e internacionais”. Para o vereador, esta estratégia deverá sobrepor-se às pessoas que, em determinada altura, possam desempenhar os cargos públicos. Miguel Bandeira vê na articulação intermunicipal o instrumento para dar resposta a questões como regeneração, ambiente e mobilidade.
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