Projeto “ExcentriCidade” cria outros palcos e leva mais cultura ao concelho de Guimarães
Programa cultural começa esta sexta-feira na vila de São Torcato e continua no sábado em Moreira de Cónegos e na União de Freguesias de Briteiros S. Salvador e Briteiros Sta. Leocádia. Taipas e Ronfe também fazem parte da primeira fase desta iniciativa de descentralização.
O projeto “Excentricidade – Outros Palcos, Mais Cultura” que a Câmara Municipal de Guimarães implementará no concelho a partir desta sexta-feira, 30 de outubro, tem como objetivo a criação de novas centralidades de consumo/criação artística e cultural. Guimarães soube, ao longo do tempo, adicionar novas camadas na vida dos seus habitantes e visitantes, somando aos seus históricos atributos uma forte aposta no desenvolvimento do ser humano através da cultura. Guimarães ganha essa aposta através de uma programação cultural forte, de cariz marcadamente contemporâneo, que se vê hoje reconhecida nacional e internacionalmente.
Produtos culturais de enorme valor de marca ganham dimensão. O Guimarães Jazz - certame internacional que vem reunindo os melhores músicos de Jazz de sempre – solidifica-se como o mais importante festival de Jazz do país, realizando-se ininterruptamente desde 1992. O GUIdance - Festival de Dança Contemporânea, que vai para a quinta edição, tem recebido projetos de renome nacional e internacional, bem como apostado em projetos emergentes da cena artística atual.
Os Festivais Gil Vicente, que se realizam sem interrupções desde 1987, são o palco privilegiado para a mais recente produção teatral nacional. Desta forma, Guimarães consegue um merecido lugar de destaque no panorama cultural nacional e internacional. O reconhecimento chega com o título de Capital Europeia da Cultura, que Guimarães, por indicação do Governo de Portugal, recebe em 2012.
A cidade ganhou uma nova projeção e apostou na introdução de novas práticas culturais, envolvendo ativamente os vimaranenses nesse processo. O slogan “Tu Fazes Parte!” e o logótipo de Guimarães 2012 são símbolos rapidamente adotados pelos vimaranenses e pelo público em geral, criando um forte sentimento de pertença de toda a comunidade. Guimarães surge assim aos olhos do país e da Europa como um importante centro de cultura que se reconverte, inova, explora e desenvolve, e que não prescinde das pessoas para esse processo.
Agora, não só Guimarães oferece cultura, como também passa a criá-la nos seus espaços de residência artística, no seu espaço público e nas suas instituições culturais. A par de projetos de dimensão internacional, desenvolvem-se projetos à escala local, envolvendo o tecido empresarial, académico e associativo. Em 2012, o capital socioeconómico e cultural adquirido eleva a cidade como cidade criativa e empreendedora, conforme confirma o estudo realizado pela Universidade do Minho.
Este caminho empreendido é responsável pela criação de uma marca identitária de forte cunho cultural. Guimarães vê-se a si própria como cidade onde a cultura se constitui como núcleo e como motor de desenvolvimento social e económico. Uma cidade que acredita que a cultura desempenha um papel fundamental na regeneração urbana, fortalece o sentimento de pertença e ajuda a definir uma identidade partilhada. Renovam-se os símbolos da identidade e das imagens da cidade através do conseguido diálogo entre o legado histórico (material e imaterial) e as novas formas de produção de significado. Oferece-se ao visitante uma nova dimensão, ao aliar-se uma oferta cultural fortemente contemporânea ao edificado histórico.
Cultura para todos
Guimarães será tão mais competitivo e atrativo, quanto for capaz de ler e entender as suas potencialidades, integrando-as e valorizando-as em territórios mais alargados – regional, nacional, europeu e internacional – e, em consequência disso, a criatividade, o conhecimento e a cultura emergirão como fatores distintivos de Guimarães, conferindo-lhe uma identidade única e singular.
A aposta na criatividade, no conhecimento e na cultura como fatores distintivos de Guimarães traduzir-se-á, inevitavelmente, em:
• Construção de uma cidadania responsável e participativa
• Preservação da memória histórica e patrimonial (acrescente-se as novas formas de olhar o património)
• Criação, criatividade e conhecimento
Um projeto cultural nunca se conclui. É sempre um “trabalho em curso” – justificado pela natureza da imaterialidade que encerra – que caminha em direção à diversidade de atores, à sua ampliação, constituindo-se como alavanca de mudanças intensas na vida social. Os espaços de programação são laboratórios de diversidade cultural que se relacionam com o espaço urbano, que fomentam parcerias entre agentes públicos e privados e estabelecem pontes com a comunidade.
“ExcentriCidade – Outros Palcos, Mais Cultura” é um passo importante para essa diversidade e ampliação, atuando especificamente no território concelhio, em novos palcos, e levando a mesma filosofia encetada nos espaços culturais da cidade: acrescentar novas camadas de significado cultural ao sedimentado, criar novas oportunidades para públicos e criadores, gerar mais patamares no desenvolvimento do cidadão enquanto ser cultural e contribuir para o fortalecimento das relações humanas, da cidadania responsável, do esclarecimento e da partilha.
Fá-lo-á tendo em conta as especificidades da cada uma das freguesias envolvidas, num espírito de rede e de colaboração, de coesão e de responsabilidade. ExcentriCidade – Outros Palcos Mais Cultura, na sua Fase 1, intervirá nas seguintes freguesias do concelho de Guimarães:
• Caldelas
• Moreira de Cónegos
• Ronfe
• S. Torcato
• União de Freguesias de Briteiros S. Salvador e Briteiros Sta. Leocádia
Principais premissas do projeto
1. Seleção dos espaços culturais
A seleção dos espaços do projeto tem como critério dois fatores essenciais: a distribuição geográfica, e consequente abrangência, e as condições atuais no que diz respeito a locais de apresentação.
2. Programação com caráter de regularidade
Os resultados de qualquer política cultural não são imediatos. A criação de hábitos de consumo cultural só pode ser conseguida através de uma programação regular e continuada, de forma a atingir os objetivos propostos.
3. Programação diversificada
A tipologia de programação será o mais diversificada possível, contemplando disciplinas artísticas como música, dança, teatro e cinema.
4. Programação pensada para cada território
A programação cultural terá em consideração as especificidades do território onde terá lugar, procurando responder a necessidades objetivas. Será criado um grupo de trabalho em cada uma das 5 células (freguesias), envolvendo o Presidente da Junta de Freguesia, os presidentes das Juntas de Freguesia limítrofes e entidades/individualidades locais que possam contribuir para a reflexão a efetuar sobre o território.
5. Programação que acrescente novidade
Um dos objetivos principais do projeto é levar ao território concelhio, e a cada um dos locais de apresentação, produtos culturais profissionais que não são habitualmente apresentados. Com isto, pretende-se que o cidadão tenha contacto com novas formas de expressão artística e cultural, contribuindo para o enriquecimento recíproco gerado pela relação artista/público.
6. Instalação de capacidade técnica
Os espaços escolhidos para a apresentação do programa cultural serão objeto de uma intervenção que tem como objetivo a dotação ou a melhoria do equipamento técnico necessário. O material adquirido será entregue aos detentores do espaço físico em regime de comodato.
7. Formação técnica dos agentes locais
Os equipamentos instalados serão operados por agentes locais que receberão formação específica para o efeito.
8. Sustentabilidade dos equipamentos
Os espetáculos culturais terão entrada paga de valor simbólico (1 ou 2 €), a reverter para a entidade detentora do espaço. Esta receita permitirá ao detentor do espaço manter e/ou melhorar as condições técnicas instaladas.
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