Ópera – Versão Concerto
Um crítico polivalente e narcisista, obcecado com a sua actividade, que vê como uma espécie de missão, vive angustiado com tantas solicitações e com o estado lastimável da crítica, da cultura e das artes. No seu escritório caótico acumulam-se livros, discos e DVDs, que um dia lhe caem em cima da cabeça provocando-lhe um ataque de amnésia. Sem saber quem é, nem o que faz, começa a descurar as suas obrigações. A editora do jornal entra em fúria e pede ao director para o despromover, passando de crítico principal a estafeta. A sua nova actividade devolve-lhe uma certa alegria e ligeireza e transforma-se num simplório que cantarola música quase pimba enquanto acelera na sua moto pela cidade. Voltará algum dia a recordar-se do seu passado de “pluricrítico-intelectual”, cultor da arte de “dizer mal em espiral”?