Reunidas as condições para o início das obras da Igreja de Santa Cristina de Serzedelo
Protocolo de cooperação entre a Câmara Municipal de Guimarães e a Direção Regional de Cultura do Norte permite dar início aos trabalhos de recuperação
Durante a Reunião de Câmara desta segunda-feira, 25 de janeiro, Domingos Bragança, Presidente da Câmara, explicou as razões pelas quais se verificou um atraso no processo que conduzirá à conservação e valorização da Igreja de Santa Cristina de Serzedelo, monumento nacional, sob tutela do Estado, e onde, no anterior mandato, se realizou uma das reuniões descentralizadas do executivo. Tinha sido nessa reunião que o Presidente da Câmara anunciara a urgência de uma intervenção no monumento e manifestado a disponibilidade da autarquia vimaranense em contribuir financeiramente para que a obra fosse possível, apesar de, como hoje foi notado e reforçado, “essa responsabilidade recaia sobre o Estado, mais propriamente o Ministério da Cultura, através da ação da Direção Regional de Cultura do Norte”.
“Dois terços do valor necessário para a recuperação da cobertura da Igreja Românica de Santa Cristina de Serzedelo e de mais algumas obras de recuperação, cujo objetivo é o da salvaguarda de um património inestimável, foram já nessa altura disponibilizados pela Câmara Municipal de Guimarães, porque entendemos que, apesar da responsabilidade dessa preservação recair sobre o Estado, devemos pugnar pela sua rápida viabilidade”, disse o Edil. O restante valor seria disponibilizado por um privado, a Fundação Iberdrola, através da lei do mecenato. Contudo, e dada a necessidade de todos os projetos de recuperação de património classificado carecerem de aprovação por parte das instâncias tutelares, nomeadamente Direção Regional da Cultura do Norte, o processo teve uma tramitação morosa, o que levou a que o mecenas tivesse manifestado a sua vontade em desistir do apoio financeiro. “Sabíamos que o processo iria ser demorado, como acontece com todos os processos que envolvem decisões desta natureza. Mexer com o Património Classificado é uma matéria sensível, que tem que ser analisada em várias sedes, e cuja complexidade não se compadece com a vontade de resolver os problemas rapidamente”, frisou Domingos Bragança.
O protocolo anteriormente aprovado, em 3 de agosto de 2017, vinculava o Município de Guimarães a assumir uma comparticipação de 80 mil euros, num total que deveria ascender a 120 mil euros. “Ainda assim, não estivemos parados. A Câmara Municipal de Guimarães colaborou na elaboração do projeto, da responsabilidade da DRCN, contribuindo com a sua experiência”, frisou o Presidente. O novo protocolo hoje aprovado mantém o valor que será assumido pelo Município, cabendo à DRCN o pagamento do valor restante, bem como a responsabilidade da execução da obra. Em declarações aos jornalistas no final da reunião, o Presidente da Câmara disse estarem, neste momento, reunidas todas as condições para que as obras de conservação tenham início: “A obra irá ser lançada de imediato a concurso pela DRCN, conforme me foi referido pelo Diretor Regional de Cultura Norte”, realçou. A autarquia mais não pode fazer do que esperar que isso aconteça celeremente. “Interviemos, para que esta obra se faça num imóvel património nacional que é da propriedade do Estado e tutelado pelo Ministério da Cultura, e bem, pois a obra finalmente será realizada”, concluiu.