Centro Cultural Vila Flor assinala 17º aniversário com estreia nacional de “Larsen C”
Centro Cultural Vila Flor assinala 17º aniversário com espetáculo de dança, convocando público e artistas a juntar-se à celebração com iniciativa ambiental.
Centro Cultural Vila Flor assinala 17º aniversário com espetáculo de dança, convocando público e artistas a juntar-se à celebração com iniciativa ambiental.
A 17 de setembro, às 21h30, público e artistas têm o Centro Cultural Vila Flor como ponto de encontro para celebrar, juntos, o 17º aniversário deste espaço que nos convida e nos acolhe para participarmos em momentos marcantes que nos ligam à vital fruição cultural, neste dia com a dança contemporânea em destaque com a metáfora de um iceberg gigante em processo de descongelamento – “Larsen C” – do coreógrafo grego Christos Papadopoulos, a ser apresentado no palco maior desta casa. A celebração deste aniversário surge associada a uma iniciativa de plantação de uma árvore por cada espectador, numa colaboração com o Laboratório da Paisagem e o projeto “Guimarães mais Floresta”.
Esta experiência contemplativa do inovador coreógrafo grego Christos Papadopoulos toma lugar central no maior palco do CCVF para assinalar o seu 17º aniversário com a estreia nacional de “Larsen C”. Considerado uma das vozes mais inovadoras da dança contemporânea – integrando uma nova geração de criadores notáveis que surgiu na última década na cidade de Atenas –, Christos Papadopoulos está habituado a apresentar os seus espetáculos nos maiores palcos da Europa, e vem a Portugal exclusivamente para celebrar o 17º aniversário do CCVF, fazendo uma apresentação única de "Larsen C".
A dança contemporânea entra assim em cena nesta data que assinala o aniversário deste espaço cultural que desde 2005 nos convida e nos acolhe para nos confrontarmos com as mais diversas expressões artísticas, convidando desde então ao encontro entre público e artistas. Um espaço que já foi e é casa de milhares de artistas e centenas de espetáculos, entre variadas outras iniciativas culturais, nas quais se incluem os momentos em que foi epicentro da Capital Europeia da Cultura em 2012.
Em “Larsen C”, a metáfora de um iceberg gigante em processo de descongelamento ressoa nos corpos dos bailarinos num movimento sugestivo e fluido como vibrações orgânicas e cinéticas, numa sequência onírica e interminável de ondulações do corpo no espaço, como ondas que pulsam juntamente com todos os elementos envolventes, desde a luz ao cenário e aos sons. Mas o movimento não acontece apenas no palco. É um convite ao público. Não tanto para nos levar para um lugar diferente, mas para um novo estado. Uma metáfora da vida que avança, de forma invencível, intrigando ou mesmo perturbando com a fatalidade presente. Paisagens, corpos e sons vêm e vão, aproximam-se e retiram-se. A transformação acontece gradualmente, apanhando-nos desprevenidos várias vezes, fingindo que nada acontece enquanto tudo gira. Uma experiência contemplativa que convida à reflexão sobre a nossa posição enquanto seres humanos em tempos de mudança.
Com o poder de questionar a nossa perceção da realidade através das suas peças hipnóticas, Christos Papadopoulos é o responsável pelo conceito e coreografia de “Larsen C”. Papadopoulos estudou dança e coreografia na SNDO (School for New Dance Development) em Amsterdão (2003), bem como teatro no National Theatre of Greece, Drama School (GNT Drama School) (1999) e ciências políticas na Panteion University (2000). Os seus trabalhos têm sido aclamados ao longo dos últimos anos, tendo inclusive sido distinguido nas escolhas da Aerowaves - Dance Across Europe (rede europeia da qual A Oficina faz parte), prosseguindo um trajeto de sucesso pela Europa. Nesse mesmo sentido, “Larsen C” constitui o regresso de Christos Papadopoulos ao CCVF, depois de aqui ter apresentado o espectáculo “Opus”, em outubro de 2019.
Este dia brinda-nos também com uma anti-leitura especial promovida pelo Teatro Oficina. Realizando-se habitualmente na base de operações da companhia – o Espaço Oficina –, as anti-leituras viajarão até ao jardim do CCVF, às 18h00, para nos fazer também viajar em conjunto e de forma descontraída através das páginas de um livro. As anti-leituras fazem parte do projeto artístico para o Teatro Oficina em 2022, com Sara Barros Leitão como diretora artística convidada da companhia. Nestes momentos, sempre de entrada gratuita e abertos a todas as idades, é dada uma cópia do texto de teatro a cada pessoa, que terá a liberdade de escolha para ler ou não. Nada é obrigatório e é tão simples como isto: pessoas que se juntam para ler teatro, e falar do mundo a partir do teatro.
Gerido e programado pela cooperativa vimaranense A Oficina desde o seu surgimento, em 2005, o Centro Cultural Vila Flor apresenta desde então uma programação regular no domínio das artes do espetáculo – contemporânea, internacional e com um foco na nova criação –, sendo igualmente espaço (composto por dois auditórios, um café concerto e elogiados jardins que dão vida ao Palácio Vila Flor, edifício do século XVIII) para festivais como GUIdance, Westway LAB, Festivais Gil Vicente, Manta, Guimarães Jazz, os quais são organizados pela referida cooperativa que assume a responsabilidade de os levar a cabo numa natureza de ação designada de serviço público, onde também cabem numerosas coproduções artísticas a cada ano, cumprindo as várias faces da sua dedicação às artes e à cultura, com crescente amplitude, diversificação e continuidade.
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