“Colóquios Simples” convidam-nos para um encontro entre o passado, presente e futuro da nossa (sobre)vivência com as plantas
Papel da Botânica no desenvolvimento da Humanidade é alvo de atenção num ciclo de conversas promovido pela Casa da Memória de Guimarães, cuja primeira sessão está marcada para 10 de março, às 21h
O primeiro encontro dos “Colóquios Simples”, inspirados num grande humanista e médico, Garcia de Orta, realiza-se já a 10 de março, às 21h, na Casa da Memória de Guimarães. Numa conversa aberta a todos, com participação de convidados da especialidade científica e moderada por Alexandre Gamela, vai tentar perceber-se o papel da Botânica no desenvolvimento da Humanidade, a sua realidade em Portugal, e que novos caminhos abre para o futuro.
É fácil imaginar um mundo sem plantas, basta olhar para a Lua. Mas conseguem imaginar um mundo sem Botânica? Da terra à Terra e até mais além, a Botânica é certamente fundamental para a nossa sobrevivência como espécie. E estamos todos convocados a viver estes “Colóquios Simples”, uma série de debates que decorrem ao longo de 2023, na Casa da Memória de Guimarães. Acessíveis e abertas, estas conversas procuram dar uma outra perspetiva sobre Ciência e sobre as plantas, das exóticas às que fazem parte do nosso dia a dia e que, frequentemente, ignoramos. São uma viagem ao conhecido, para o entendermos melhor.
Inspirados na obra Colóquios Simples e Drogas e cousas medicinais da Índia, de Garcia de Orta, os “Colóquios Simples” querem criar um espaço de diálogo entre público e especialistas, em conversas que giram à volta da ciência, particularmente da Botânica, mas não só.
A primeira sessão, a acontecer na próxima sexta-feira (10 março), às 21h00, conta com os convidados Carlos Ribeiro, biólogo, investigador e diretor executivo do Laboratório da Paisagem em Guimarães, Milene Matos, bióloga, comunicadora de ciência, docente da Universidade de Aveiro, e Manuel Miranda Fernandes, investigador do Centro de Estudos em Geografia e Ordenamento do Território da FLUP, e coautor do podcast "Ficções Botânicas".
Já a moderação das sessões cabe a Alexandre Gamela, jornalista e produtor de conteúdo multimédia. Dedicado ao estudo dos Novos Media, foi autor d’O Lago, um blog que foi referenciado em alguns dos melhores sites nacionais e estrangeiros sobre o futuro do jornalismo, e que fez parte da lista dos Best of Journalism Blogs do Journalism.co.uk. Mestre em Jornalismo Online pela Birmingham City University, fez também Comunicação Científica no projeto invasoras.pt.
Garcia de Orta foi um pioneiro da medicina tropical. Este médico e naturalista português do século XVI, publicou em Goa, a 10 de abril de 1563, uma obra dedicada às propriedades medicinais das plantas que recolheu e analisou durante os 30 anos que viveu na Índia como médico e mercador. O título completo deste tratado científico é Colóquios Simples e Drogas e cousas medicinais da Índia e assim de algumas frutas achadas nela, onde se tratam algumas coisas tocantes à medicina prática e outras coisas boas para saber, por Garcia de Orta, físico do rei.
Uma das inovações de Orta foi ter escrito os Colóquios em português, em vez do latim habitualmente utilizado para as obras científicas. Os Colóquios Simples foram revolucionários para a época, com enormes repercussões no mundo científico internacional. Foi a primeira catalogação das plantas medicinais da Índia feita por um ocidental e tornou-se num recurso indispensável para os cientistas europeus da altura.
A segunda sessão destas conversas está já reservada para o dia 16 de junho (21h) no mesmo local, focando a História da Ciência Botânica – como a influência que os Descobrimentos tiveram na identificação e influxo de novas espécies –, sendo essa também uma história do mundo, das civilizações e da tecnologia. Nesta conversa vamos conhecer essa História e algumas histórias da Botânica, e como dependemos dos avanços que nos proporciona para compreender um mundo com cada vez menos plantas.
Os “Colóquios Simples” são uma organização d’A Oficina e integram a programação da Casa da Memória de Guimarães. A entrada nestas sessões é gratuita até ao limite da lotação disponível.
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