Domingos Bragança integrou o painel da plataforma “De Portugal para o Mundo”
Focada na internacionalização empresarial, a 2ª edição da Plataforma organizada pelo Jornal de Negócios e o Bankinter decorreu esta tarde no MitPenha, em Guimarães.
Foi a meio da tarde de hoje, quinta-feira, 22 de janeiro, que dezenas de empresários da região se juntaram para a 2ª edição da Plataforma “De Portugal para o Mundo”, uma organização do Jornal de Negócios e do Bankinter, que teve lugar nas instalações do MitPenha, em Guimarães. A sessão contou com a presença do Secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, e de Domingos Bragança, Presidente da Câmara, que integrou o painel de convidados, juntamente com Albano Fernandes, da AMF Shoes, Carlos Vieira de Castro, da Vieira de Castro, e Paulo Stricker, da Paul Stricker.
Moderado por André Veríssimo, Diretor do Jornal de Negócios, o painel focou-se nos desafios que se colocam às empresas no processo de internacionalização, nomeadamente na concorrência, acesso a mercados e financiamento, com cada um dos empresários a partilhar a sua experiência. Nos três casos, o sucesso é denominador comum, estando o Concelho de Guimarães representado pela empresa AMF Shoes, fabricante de calçado técnico.
Durante a conversa, e quando questionado por André Veríssimo sobre o papel da Câmara Municipal de Guimarães no desenvolvimento económico do concelho, Domingos Bragança começou por dar destaque à competência e ambição dos empresários sediados em Guimarães, bem como ao peso económico dos concelhos que constituem o Quadrilátero Urbano: “nesta região, temos três dos concelhos mais exportadores do país”, disse. Seguidamente, o Presidente da Câmara lembrou o trabalho de apoio ao desenvolvimento económico no concelho, prestado através da Divisão de Desenvolvimento Económico, que tem em Ricardo Costa o seu vereador responsável. Domingos Bragança nomeou 3 pilares que, no seu entender, constituem a base para o crescimento económico do concelho: o gestor do território, os centros de saber e conhecimento e as empresas. “O Gestor do Território, a Câmara Municipal, deve ler a realidade e estar atento às necessidades das empresas. Não por acaso, criámos um Regulamento Municipal de Incentivos Fiscais e agilizámos o licenciamento, o que contribui para o aparecimento de novas empresas ou o desenvolvimento das existentes. Os centros de saber e conhecimento devem ser capazes de, em cooperação com as empresas, colocar a sua investigação ao serviço da inovação, e da formação de trabalhadores especializados, na era que atravessamos que é a da 4ª Revolução Industrial. As empresas devem procurar incorporar nos seus produtos a mais-valia que lhes permitirá a diferenciação e a projeção internacional”, frisou. Para o Edil, o envolvimento destas três estruturas é fundamental para a criação de sinergias que concorrem para a atratividade do território em termos empresariais.
Domingos Bragança referiu ainda a necessidade de melhorar e ampliar a rede de parques industriais do concelho, dotando-os de melhores acessibilidades, e apontou o futuro EcoParque Industrial, que nascerá na zona sul do concelho, como “um projeto importante e ambicioso que levará tempo, uma vez que há procedimentos que devem ser observados e que são, na maior parte dos casos, morosos”. Um dos temas abordados pelo Presidente da Câmara foi a necessidade de começar a trabalhar desde já num projeto de mobilidade que ligue os 4 concelhos do Quadrilátero Urbano, Guimarães, Braga, Famalicão e Barcelos. “A ligação através de Tramway, ou de outro meio de transporte descarbonizado, é fundamental para que esta grande zona metropolitana do Quadrilátero, a terceira maior do país, se possa afirmar como um grande centro de desenvolvimento social, cultural e económico. Temos que começar já com os estudos nesse sentido para que, daqui a 15 ou 20 anos, possamos ser exemplo mundial”, disse.
Em relação ao futuro do desenvolvimento económico no concelho, Domingos Bragança apontou alguns dos investimentos que se perfilam e que abrangem diversos setores de atividade como a Aeronáutica e Engenharia Espacial, a Biotecnologia, a Hotelaria ou a construção de Residências Universitárias. Um dos desafios deixado pelo Presidente da Câmara aos empresários é o da implementação de uma escola ou colégio capaz de formar alunos, oriundos de qualquer parte do mundo, para receberem a sua formação académica primária e secundária, tendo, a par da língua portuguesa, a língua inglesa como base, uma necessidade que vai sendo cada vez mais apontada pelas empresas internacionais. O Presidente da Câmara destacou ainda a importância do futuro programa experimental que juntará PMEs da região, que intitulou de “Fábrica do Séc. XXI”, e que pretende pôr em prática a transição digital e a inteligência artificial ao serviço das empresas.
A encerrar a Plataforma “De Portugal para o Mundo”, Eurico Brilhante Dias, Secretário de Estado da Internacionalização, fez um balanço do atual estado da internacionalização das empresas portuguesas, sem deixar de referir a grande vocação exportadora do território de Guimarães. “Em 2020, temos como objetivo a superação dos resultados obtidos em 2019, ano em que atingimos um recorde no valor das exportações, chegando a 44% do peso exercido no PIB”, disse. Eurico Brilhantes Dias fez saber que houve uma melhor combinação entre exportações e mercados, conseguida através da diminuição do número de empresas que exportam apenas para um único mercado. “É necessário que o risco associado à dependência de um único mercado externo seja diminuído. O país só tem futuro se continuar a exportar mais e as empresas portuguesas deverão preparar-se para os desafios que se colocam em 2020, como a desaceleração económica de alguns dos mercados, as exportações dependentes de um só mercado e a falta de Recursos Humanos com especialização em comércio internacional”, referiu. O Secretário de Estado aproveitou para anunciar algumas das medidas do programa “Internacionalizar 2020-2030”, como a aposta no maior acesso por parte das empresas ao Bussiness Intelligence, a qualificação de recursos humanos, a eliminação do imposto de selo nos seguros de crédito ou as medidas tendentes à criação de mais benefícios fiscais.
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