Espetáculo para crianças e famílias sobre estereótipos de género
Catarina Requeijo levanta e transpõe questões de género e da infância com É pró menino e prá menina no Centro Cultural Vila Flor. Apresentações agendadas para 5 e 6 de julho.
Com três apresentações no Pequeno Auditório do Centro Cultural Vila Flor (CCVF), marcadas para os dias 5 e 6 de julho, a criação É pró menino e prá menina, de Catarina Requeijo, é protagonizada pelos atores Marta Cerqueira e João Nunes Monteiro, no papel de duas crianças separadas por uma linha vermelha. A partir do ato de brincar, com bonecas, carrinhos, bolas e sapatilhas, a encenadora Catarina Requeijo criou um espetáculo para a infância que se propõe a desmontar alguns preconceitos e estereótipos de género. Os bilhetes para a sessão do dia 5 de julho já se encontram esgotados, sendo ainda possível aceder às duas sessões do dia 6, sábado, às 11h00 e às 15h00.
Num tempo em que há protagonistas públicos a proclamar que “menino veste azul e menina veste rosa”, este espetáculo questiona os estereótipos de género e o modo como, de forma mais ou menos voluntária, estes são reforçados na educação das crianças – na família, na escola e em outros espaços da sua formação. Uma criação pensada para público dos três aos seis anos, mas também para pais e educadores.
As meninas gostam de cor-de-rosa, brincam com bonecas e dançam ballet? Os meninos gostam de azul, brincam com carrinhos e jogam futebol? Ou as meninas jogam futebol e os meninos brincam com bonecas? O que é que as meninas podem fazer e os meninos não podem? O que querem ser (e podem ser) quando forem grandes? Estas e outras questões colocadas às crianças, assim como as suas respostas, hesitações e também os seus silêncios, foram o ponto de partida para a construção do novo espetáculo de Catarina Requeijo. Em cena, um homem e uma mulher dão corpo a várias situações e a diversas personagens, que se entretêm com brinquedos que, de uma forma normativa, estão associados a estereótipos masculinos ou femininos. Contudo, há um momento em que invadem o espaço um do outro e interagem, começam a experimentar brinquedos de ambos e constroem uma pista com uma ponte que ultrapassa e transgride a linha vermelha que os divide. Para cima do palco levam-se as questões de género, procurando questionar estereótipos, retirar etiquetas e deixar o espetador com muitas, muitas dúvidas.
“Se por um lado é difícil falar destas questões com estas idades, também é nestas idades que podes criar abertura para pensar de outra maneira”, afirmou Catarina Requeijo em entrevista. A encenadora sublinha ainda: “Gostávamos que estas crianças saíssem daqui — e sobretudo os adultos que as acompanham –, a pensar que tudo é possível. Que pode haver meninos que gostam de vestidos e meninas que gostam de subir às árvores”.
Com encenação de Catarina Requeijo, que há duas décadas trabalha em teatro para a infância, a criação É pró menino e prá menina foi precedida por pesquisa em contexto escolar por parte da própria, juntamente com Vera Alvelos. Com interpretação de Marta Cerqueira e João Nuno Monteiro, cenografia e figurinos de Maria João Castelo, desenho de luz de José Álvaro Correia e produção Maria João Santos, esta peça contou ainda com a assessoria artística de Miguel Fragata.
Esta coprodução da Formiga Atómica Associação Cultural, Teatro São Luiz, Centro de Artes de Ovar, Centro Cultural Vila Flor e Cine-Teatro Louletano é dirigida a maiores de 3 anos e os bilhetes para as sessões do dia 6 de julho (11h00 e 15h00) podem ser adquiridos pelo valor de 2 euros nas bilheteiras, como habitualmente, nas bilheteiras do Centro Cultural Vila Flor, do Centro Internacional das Artes José de Guimarães e da Casa da Memória de Guimarães, bem como na internet em www.ccvf.pt e oficina.bol.pt
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