Domingos Bragança evocou soldados vimaranenses nos 100 anos do fim da 1ª Guerra Mundial
Emmanuel Macron e Angela Merkel presidiram cerimónia emotiva na floresta de Compiègne, em França. Domingos Bragança lembrou os soldados de Guimarães no centenário do Armistício que assinalou o fim do conflito bélico.
O Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, evocou os soldados vimaranenses que morreram durante a Primeira Guerra Mundial (Batalha de La Lys), na cerimónia oficial que assinalou, este fim de semana, o centenário da assinatura do Armistício e que reuniu, cem anos depois, na floresta francesa de Compiègne, várias figuras de Estado no panorama europeu, com destaque para o Presidente francês Emmanuel Macron e para a Chanceler alemã Angela Merkel.
“A memória dos soldados portugueses e muito especial dos vimaranenses, que tombaram por uma Europa que queriam de paz, foi também hoje evocada numa cerimónia de Estado, com a solenidade que se impõe e com extremo significado para a Europa e para o Mundo”, referiu o Presidente do Município, que se associou às comemorações do centenário em Compiègne, lembrando os 1.884 soldados de Guimarães que faleceram na Batalha de La Lys e cujos restos mortais repousam no Cemitério Português de Richebourg, em França, perto da fronteira com a Bélgica. O cemitério, criado para o efeito em 1924, onde outrora passava uma trincheira portuguesa, tem elementos nacionais e é o único exclusivamente português em França, tendo no seu interior pedra e terra nacional.
Em 2018, no passado dia 9 de abril, cumpriram-se 100 anos da Batalha de La Lys, que decorreu na Primeira Guerra Mundial. Fazendo parte das nações beligerantes, por força da aliança Luso-Britânica, o Corpo Expedicionário Português (de onde fazia parte a Brigada do Minho que incluía soldados de Guimarães) preenchia a frente Ocidental nas Ardenas, em França.
Na madrugada de 9 de abril, dá-se a última grande ofensiva alemã, que culminou em fracasso e na capitulação das forças germânicas assinada no Armistício de Compiègne, em 11 de novembro de 1918, entre os Aliados e a Alemanha, dentro de um vagão-restaurante, na floresta de Compiègne, com o objetivo de encerrar as hostilidades na frente ocidental da Primeira Guerra Mundial.
Guimarães na toponímia de Compiègne
Capital do Departamento do Oise, região da Picardia, Compiègne situa-se entre o Rio Oise e uma das mais extensas manchas florestais de França. Município com 250 mil habitantes, distribuídos por 53,10 quilómetros quadrados de superfície, dista 1.650 quilómetros de Guimarães, 230 de Bruxelas e 90 de Paris. A situação geográfica conferiu-lhe um papel estratégico e militar importante, tornando o Município palco de diversos marcos históricos muito significativos: captura e prisão, pelos ingleses, de Joana D'Arc (século XVI), sede do hospital e quartel-general das tropas aliadas durante a I Guerra Mundial e palco da cerimónia de assinatura do Armistício de 1918 e 1940.
Compiègne é uma cidade de ciência e tecnologia, devido ao dinamismo industrial, à Universidade Tecnológica e ao Centro de Investigação que dispõe. O setor económico que prevalece é o secundário, contudo, o primário tem uma forte componente económica. Em julho de 2014, a cidade francesa procedeu à inauguração de uma rotunda com o nome do concelho de Guimarães, no âmbito do protocolo de geminação estabelecido em 2006, passando a integrar a Cidade-Berço na toponímia da região gaulesa da Picardia.