Concerto da Orquestra de Guimarães com entrada livre na Igreja de S. Francisco
Interpretação da obra de Gustav Mahler, no âmbito Dia Internacional dos Museus. Concerto tem início às 21h30, este sábado (18 de maio).
A Orquestra de Guimarães cumpre mais uma Residência Artística (14 a 17 de maio) no Paço dos Duques de Bragança e com um concerto agendado para o próximo sábado, 18 de maio, na Igreja de S. Francisco, às 21h30. A entrada é livre, condicionada aos lugares disponíveis na igreja. Esta iniciativa está inserida no Dia Internacional dos Museus.
Neste concerto, a Orquestra de Guimarães interpretará a Quarta Sinfonia de Gustav Mahler, sob a direção de Vítor Matos e com a participação da solista Alexandra Bernardo.
Ao terminar a Residência Artística, esta sexta-feira, 17 de maio, o ensaio será aberto a todos os interessados, agendado para as 21h00 no Paço dos Duques de Bragança.
Quarta Sinfonia
A Quarta Sinfonia foi composta nos verões de 1899 e 1900, quando se assistiu a uma grande mudança no estilo de composição de Gustav Mahler. A canção «celestial» que se ouve no quarto andamento culminou um período em que os poemas «Des Knaben Wunderhorn» («A trompa mágica do rapaz») ocuparam uma posição dominante no seu imaginário criativo. Inclina-se para uma postura afim à ideia do «puramente musical», o que se pode comprovar na maior sofisticação das texturas tímbricas, na alternância entre momentos protagonizados pelo maciço orquestral com outros em que prevalecem sonoridades próximas da música de câmara. As combinações instrumentais são menos lineares do que acontecia nas sinfonias anteriores. Anuncia-se deste modo o período de maturidade do compositor.
Os três primeiros andamentos correspondem ao formato de uma sinfonia de matriz clássica: o primeiro desenvolve-se em Forma Sonata, o segundo consiste num Scherzo e o terceiro num Adagio. Cumprem-se assim com reverência os fundamentos da tradição musical austríaca, a que não será alheia a circunstância de Mahler ter assumido pouco tempo antes o lugar de Diretor Musical da Ópera de Viena e, com vista a atenuar o impacto das correntes antissemitas que floresciam, renunciar ao judaísmo, convertendo-se à religião católica.
Desde novembro de 1901, quando estreou na cidade de Munique, a Quarta Sinfonia enfrentou os caprichos da História, conquistando nas últimas décadas lugar de destaque nas programações das salas de concertos em todo o mundo.