Escavações arqueológicas na Citânia de Briteiros foram retomadas para fins científicos
Sondagens incidem numa unidade habitacional. Área poderá ser visitada esta quarta-feira, 23 de julho, pelas 18:30 horas. Público terá oportunidade de contactar com a equipa de arqueologia que se encontra a trabalhar no local.
A Sociedade Martins Sarmento (SMS), em cooperação com a Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho e da Casa do Povo de Briteiros, está a promover, ao longo deste mês de julho, escavações arqueológicas na Citânia de Briteiros.
Depois de uma série de campanhas anuais, efetuadas entre 2004 e 2010, os trabalhos arqueológicos, com fins estritamente científicos, foram reativados este ano. A campanha que se realiza por estes dias na Citânia retomou a escavação das valas de sondagem abertas em 2009 e 2010, que serão concluídas em 2014, além de alguns trabalhos de manutenção necessários.
Sete estudantes de Arqueologia, designadamente seis alunos da Universidade do Minho, em estágio prático, e um aluno da Universidade de Barcelona, acompanham Gonçalo Cruz (arqueólogo da SMS) e José Antunes, numa intervenção projetada e coordenada por Gonçalo Cruz e por Maria Manuela Martins, professora da Universidade do Minho. Francisco Sande Lemos, membro do Conselho Científico da SMS, presta assessoria científica a esta intervenção.
As sondagens presentemente em escavação incidem numa unidade habitacional denominada “de tipo domus”, a qual terá sido edificada e habitada entre finais do século I A. C. e inícios do século I da nossa Era e terá pertencido a um certo “Auscus”, conforme a epígrafe recolhida em 2009 no mesmo espaço.
Refira-se que a Citânia de Briteiros foi primeiramente explorada por Francisco Martins Sarmento entre 1874 (data da aquisição da maior parte dos terrenos pelos quais se estende o povoado fortificado) e 1883.
Em 1910, a Citânia, já à guarda da Sociedade Martins Sarmento, foi classificada como Monumento Nacional. Entre 1930 e 1961, seria alvo de campanhas anuais de escavação e restauro, dirigidas por Mário Cardozo. No entanto, apenas em 1977 se realizou no monumento a primeira sondagem arqueológica obedecendo aos métodos de escavação definidos pela moderna Arqueologia Científica.
Os conhecimentos, particularmente de faseamento cronológico, eram muito parcelares e indefinidos, mormente a existência de uma área escavada de 7 hectares de impressionantes ruínas do povoado pré-romano.
Só a partir de 2004, através de uma estreita colaboração entre a SMS e a Universidade do Minho, foi possível realizar escavações que têm desde então alimentado todos os suportes interpretativos do monumento e todas as questões que surgem de um público cada vez mais específico e informado.