Daniel Serrão explicou em Guimarães funcionamento do cérebro humano
Conferência promovida pelo Município e Lions Clube de Guimarães
Os diferentes estados do cérebro ao longo da evolução do ser humano foram abordados numa conferência proferida em Guimarães pelo ilustre médico Daniel Serrão, de 85 anos, professor jubilado da Universidade do Porto, onde se licenciou em Medicina.
Conferência promovida pelo Município e Lions Clube de Guimarães
Os diferentes estados do cérebro ao longo da evolução do ser humano foram abordados numa conferência proferida em Guimarães pelo ilustre médico Daniel Serrão, de 85 anos, professor jubilado da Universidade do Porto, onde se licenciou em Medicina.
Os efeitos orgânicos das emoções despertadas pelo cérebro, o segredo para uma criança ter um bom cérebro em idade adulta, o estado cerebral num adolescente e num idoso ou as últimas descobertas científicas foram temáticas que fascinaram a plateia. “Quem assistiu, teve tanta sorte por poder ver e ouvir tão renomado profissional da medicina, especialista em temas da Bioética e Filosofia da Ciência”, disse, no final, Domingos Bragança, Presidente da Câmara Municipal de Guimarães.
Durante duas horas, a palestra, subordinada ao tema «Cérebro Humano - Novos Saberes e Suas Consequências», realizada no Auditório da Escola Secundária Francisco de Holanda, prendeu a atenção do público no âmbito de uma parceria estabelecida entre o Município e o Lions Clube de Guimarães.
"No primeiro mês de vida, quanto mais vezes chorar, melhor cérebro terá uma criança!", revelou Daniel Serrão. “Quando nasce, só é portadora de decisões emocionais, mas aos 4 anos já sabe fazer a avaliação estética, distinguindo o bonito do feio, fazendo birras por querer vestir aquele casaco e não o outro”, acrescentou, sempre em tom informal e usando uma linguagem acessível, mas científica.
Com o crescimento, afirmou que a componente racional do ser humano começa a prevalecer sobre a emoção. “Na adolescência, estes dois polos combatem entre si e a personalidade começa a definir-se até estabilizar. Quando a criança nasce, ela não tem nem metade dos neurónios que terá mais tarde! O simples ato de abrir e fechar os olhos vai gerar, por dia, milhares de neurónios. A estimulação exterior e o contacto com o mundo criam e aumentam o número de células, que são fundamentais porque o cérebro está permanentemente em exercício”, salientou Daniel Serrão.
Entre outras temáticas, o prestigiado médico falou sobre o funcionamento cerebral, a memória de longa duração, os conteúdos armazenados no subconsciente, o deslumbramento, a consciência cognitiva, as funções sensoriais, o envelhecimento do cérebro e a importância do neurónio-motor. “Com o avançar da idade, o cérebro vai perdendo células e torna-se mais afetivo – característica que se verificava em criança. Por isso, é comum ouvirmos que os avós têm uma relação emocional com os netos diferente da que tiveram com os seus filhos”.
O envelhecimento ativo é, pois, um pressuposto determinante para o “bom funcionamento” das redes neuronais. “Hoje, sabemos que há alterações estruturais do cérebro. Perdemos alguns milhões de neurónios por dia, logo, a estimulação sensorial na infância é extremamente decisiva, pois atrasa as perdas cognitivas com a idade”, concluiu Daniel Serrão, aplaudido demoradamente pelos vimaranenses no final da conferência.
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