Conselho Consultivo para a Economia reuniu ontem por videoconferência


A reunião teve como objetivo auscultar os empresários dos setores mais representativos da economia local com vista à adoção de medidas de mitigação da crise económica resultante da Covid-19
Durante toda a tarde de ontem, segunda-feira, 30 de março, teve lugar, através de videoconferência, a reunião do Conselho Consultivo para a Economia do Presidente da Câmara Municipal de Guimarães. A sessão, que contou com a participação de vários empresários do tecido económico local e de responsáveis de instituições de ensino, associações e centrais sindicais, teve como objetivo a análise dos problemas como que se deparam os vários setores da economia local, face ao surto de Coronavírus que assola o concelho de Guimarães.
Após o agradecimento feito a todos os participantes por parte de Domingos Bragança, Presidente da Câmara, que reiterou estar a trabalhar diariamente para que sejam encontradas as melhores soluções de mitigação do impacto económico provocado pela pandemia da Covid-19, António Cunha, ex-Reitor da Universidade do Minho e Presidente Executivo do Gabinete de Crise para a Economia, elencou os desafios que se adivinham a curto e a médio prazo para a economia, ao mesmo tempo lançando dados que avançam algumas previsões de recuperação para diversos setores de atividade. António Cunha deu alguns exemplos de apoios que estão a ser equacionados, como a criação de um Quiosque Eletrónico que permita a venda online para comércio e restauração, o apoio a micro e pequenas empresas, o fabrico de equipamentos e dispositivos médicos e a criação de um canal preferencial com a Escola de Engenharia da Universidade do Minho.
Ouvidos os participantes, foi clara uma convergência na preocupação com a inevitabilidade da crise económica, apesar das especificidades de cada uma das atividades industriais e comerciais, bem como na necessidade de serem criados mecanismos que, mais do que resolverem o problema financeiro a curto prazo, possam garantir a sustentabilidade e a alavancagem da economia. Estas preocupações, não minimizando a importância da crise sanitária e tendo esta sempre a prioridade absoluta, deixaram claro que deve existir um equilíbrio, sempre que possível, entre os planos da saúde pública e da continuidade da atividade económica, pois desta última depende o futuro das empresas. De entre as preocupações dos conselheiros, destacaram-se os receios com o endividamento, que apenas adia o inevitável, e a burocracia dos processos, que não se compactuam com a urgências das ações que devem ser tomadas.
Outra das conclusões da reunião apontou para a necessidade de serem repensados processos de trabalho, metodologias e diferentes abordagens ao modelo de negócio, tendo em vista uma realidade até há poucas semanas inimaginável. A cooperação com as instituições de saber, como as universidades e os institutos politécnicos, foi outro dos pontos abordados, tendo sido apontados exemplos como a validação científica dos métodos de fabrico ou a certificação de produtos. Esta colaboração mereceu a melhor recetividade dos responsáveis das instituições de ensino e científicas, nomeadamente do Reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, da Diretora da Universidade das Nações Unidas UNU-EGOV, Delfina Soares, da Presidente do IPCA, Maria José Fernandes, e de Pedro Arezes, Presidente da Escola de Engenharia da UM, que se mostraram disponíveis para, em articulação com o tecido empresarial, dar um contributo para preparar a mudança e olhar para o futuro com maior otimismo.
No final, o Presidente Executivo do Gabinete de Crise para a Economia, António Cunha, informou todos os presentes que será feita uma análise de toda a informação recolhida na reunião de modo a ser tratada de forma contextualizada. “Temos agora ideias muito mais claras das necessidades da comunidade”, disse.
Domingos Bragança, e com base nos diversos contributos, anunciou que serão criados grupos setoriais de trabalho para dar resposta às necessidades específicas de cada um dos setores de atividade. “Os grupos setoriais reunirão com a frequência adequada à tomada de decisões e à sua implementação efetiva”, disse o Presidente da Câmara, lembrando ainda que a Câmara Municipal de Guimarães não se furtará a prestar o apoio social necessário, de forma equitativa, analisando com rigor a urgência e efetiva necessidade desse apoio.
O Conselho Consultivo para a Economia decorreu sob um grande espírito de cooperação e de solidariedade, deixando uma mensagem de esperança para as grandes adversidades que se avizinham, ao mesmo tempo que não deixou de se centrar nos reais problemas dos empresários e trabalhadores do concelho de Guimarães.