Guimarães recebe em junho o 5º Congresso Português de Alimentação e Autarquias
CCVF acolhe evento que vai juntar municípios de norte a sul do país, bem como convidados internacionais que apresentarão o que de melhor se faz em outros países com tradição na área. “O Papel da Alimentação na Identidade e Competitividade das Regiões” é o tema do congresso.
A quinta edição do Congresso Português de Alimentação e Autarquias, em Guimarães nos dias 27 e 28 de junho, quer olhar para a nutrição como um meio para se ter uma região «mais saudável, competitiva e geradora de riqueza». Sob o tema “O Papel da Alimentação na Identidade e Competitividade das Regiões”, o evento reunirá especialistas e autarquias que vão discutir e apresentar projetos em temáticas como o papel da alimentação saudável no crescimento e geração de emprego local, a competitividade das regiões e o estado de saúde e educação alimentar nas populações, as desigualdades alimentares e sociais e o papel das autarquias.
«A escolha de Guimarães para este congresso constitui uma honra, ainda mais dada a pertinência do tema e a forma como se inscreve no nosso projeto de Capital Verde Europeia, através duma aposta numa alimentação saudável. Da educação à economia, a alimentação é cada vez mais um ‘cluster’ digno de maior atenção. Ter em Guimarães especialistas, autarquias e partilhas de boas práticas é uma mais-valia para o trabalho que fazemos e continuaremos a fazer nesta área», considera Adelina Paula Pinto, Vereadora da Câmara Municipal.
Segundo o representante da Direção Geral de Saúde, Pedro Graça, as autarquias «são o local adequado para se fazer política alimentar e de saúde». «Sabemos que os hábitos alimentares são multifatoriais. Têm a ver com, por exemplo, a segurança, o facto de podermos ir na rua e comprar alimentos sem medo de sermos assaltados. Têm a ver com a disponibilidade, com o acesso a mercados municipais, a produção local», referiu, lembrando que Portugal tem quase três milhões de obesos, um milhão de diabéticos e três milhões de hipertensos.
Urbanismo e desigualdades são outros fatores a ter em conta na construção de hábitos alimentares: «Tem muito a ver com o planeamento urbano. Não se consegue ter alimentação saudável sem urbanização e produção de alguma forma integrados, para que os produtos cheguem com alguma facilidade às pessoas», completou Pedro Graça, referindo ainda que «os dados revelam que as grandes patologias que custam muito dinheiro às regiões têm muito a ver com desigualdades sociais».
Alimentos e ambiente… saudáveis
Outra questão em debate será a alimentação versus o ambiente: «Este congresso também vem sublinhar a questão da agricultura e alimentação serem os fatores que mais carga poluente traz ao nosso planeta. É a produção, transportes, embalagem…», disse. «Trabalhando as questões da alimentação, fazendo com que as populações percebam como se podem alimentar melhor, mas também poluir menos, podemos fazer com que estas cidades se transformem em cidades líderes da alimentação e do ambiente», concluiu.
O 5º Congresso Português de Alimentação e Autarquias, organizado pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, tem o apoio científico e institucional da Universidade do Porto, da Direção-Geral da Saúde e este ano contará com o apoio da Câmara Municipal de Guimarães, ADRAVE - Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Ave e Associação Nacional dos Municípios Portugueses.