Marcha Gualteriana 2016 com noite mágica encerrou festas da cidade de Guimarães

“Joia” da coroa das festas da cidade coloriu ruas de Guimarães. Em 2017, Gualterianas terão um novo brilho, após obras no Parque das Hortas.
O desfile da Marcha Gualteriana deste ano, composto por nove carros alegóricos e duas centenas de figurantes, foi aplaudido por milhares de pessoas que, desde o final da tarde de segunda-feira, 08 de agosto, ocuparam as ruas do centro de Guimarães enquanto aguardavam pela saída do cortejo, sempre às 23 horas, encerrando com chave de ouro as Festas Gualterianas 2016.
O restauro do monumental órgão de tubos da Igreja da Oliveira, com 2 mil e 229 tubos, preencheu toda a fachada de uma obra de arte que abriu o cortejo e que arrebatou os primeiros aplausos de um carro dedicado aos vimaranenses e a quem visita Guimarães. «Tem uma marca artística que merecia ser preservada. Obrigado a todos os obreiros!», afirmou Domingos Bragança, Presidente do Município, que projetou já a edição do próximo ano das Festas Gualterianas. «O que é mais tradicional desenvolver-se-á na parte envolvente à Igreja de Santos Passos. O que é mais contemporâneo, a marca de inovação do nosso tempo, decorrerá na ligação entre o Largo República do Brasil e a Alameda de S. Dâmaso».
Intercalados por números humorísticos que retratam a sociedade local e nacional, o desfile da Marcha ganhou novo brilho com o “Mundo Lusófono”, carro que assinalou as duas décadas da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Hoje, 240 milhões de pessoas falam a língua de Camões, a quarta mais representada no mundo. «Estamos muito satisfeitos por termos cumprido a nossa missão! Foram meses de trabalho e horas de dedicação! Os aplausos desta noite são o reconhecimento da nossa paixão a esta causa», disse José Pontes, Presidente da Associação Artística da Marcha Gualteriana.
Um desfile com história(s)
Os obreiros da Marcha não quiseram deixar de evocar, também, os 50 anos da Biblioteca Fixa Nº 127 da Fundação Calouste Gulbenkian, que inicialmente começou a funcionar nas instalações do CAR - Círculo de Arte e Recreio, passando depois para os antigos Paços do Concelho, no Largo da Oliveira, com o seu fundo documental a ser integrado e disponibilizado aos leitores da atual Biblioteca Municipal Raul Brandão, situada em frente à Câmara de Guimarães.
As crianças tiveram igualmente o seu espaço no cortejo, com o mundo encantado em torno das peripécias da Princesa Sofia a ser o tema infantil deste ano. O “Carro Titanic” assinalou a lembrança de um dos desastres marítimos mais marcantes de toda a história em tempo de paz. Vinte anos depois do filme, a Marcha Gualteriana recordou, simbolicamente, o momento vivido na noite de 10 de abril de 1912.
O desfile continuou com mais dois momentos históricos. Georges Méliès, um realizador de sonhos, foi um ilusionista francês de sucesso e um dos precursores do cinema, que usava inventivos efeitos fotográficos para criar mundos fantásticos. Das suas mãos, resultaram mais de 500 filmes. Cristóvão Colombo, o homem que faleceu acreditando que tinha alcançado terras de Ásia, sem saber que fora o primeiro homem a descobrir as Américas, teve igualmente um carro dedicado exclusivamente a si.
No encerramento do 110º cortejo, o destaque foi para todos os obreiros da Marcha Gualteriana que, desde 1906, emprestam a sua arte, imaginação, empenho e bairrismo a um dos números mais simbólicos de Guimarães e mais representativos das Festas Gualterianas. A conquista do primeiro título europeu da Seleção Nacional de Futebol foi o tema do “Carro Balonas”, que encerrou o centenário desfile vimaranense.