Domingos Bragança defende trabalho integral na defesa do ambiente em Guimarães
Reunião do Comité Externo da Estrutura de Missão Guimarães 2030 realizou-se esta segunda-feira.
Guimarães está no bom caminho para prosseguir o plano do desenvolvimento sustentável e não quer perder intensidade neste processo, numa altura em que a Europa e o Mundo também já despertaram as atenções para as causas ambientais. Esta foi uma das conclusões que resultou da reunião do Comité de Acompanhamento Externo da Estrutura de Missão, realizada esta segunda-feira, no Laboratório da Paisagem. A sessão contou com as presenças de Jane Carruthers, professora especialista em história ambiental, e Will Win, ex-Mayor de Austin, sendo o responsável por mudanças na área energética neste estado americano.
“Estamos com um plano estratégico muito interessante, no sentido de fazer este caminho e foram abordadas questões essenciais para o desenvolvimento sustentável no território verde que queremos construir, ou a descarbonização tendo em conta as alterações climáticas”, apontou o Presidente da Câmara Municipal de Guimarães. A reunião contou ainda com os representantes da Universidade do Minho, IPCA, Universidade das Nações Unidas e Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro (UTAD) estabelecendo-se uma “importante ligação à área do conhecimento e da ciência”, defendeu Domingos Bragança, com os projetos que estão no terreno.
O Presidente da Câmara de Guimarães manifestou a intenção de “maior proximidade com o cidadão” e “dar maior conhecimento às Brigadas Verdes”. Domingos Bragança explicou que “a defesa do ambiente não se faz somente com voluntariado, mas também com conhecimento. A Ciência avalia e deve passar esse conhecimento para a comunidade, uma vez que as Brigadas Verdes são muito informais e esse empoderamento que temos de fazer passa pela partilha do conhecimento, por forma a dar segurança aos projetos que queremos construir no território”.
O envolvimento das pessoas, a criação de um Eco Parque Industrial ou uma Plataforma de Inteligência Urbana foram outros temas/projetos apreciados na reunião. “Temos de ter em conta o processo de transformação digital, informando em tempo real a ocupação dos parques de estacionamento, onde se encontram, e até a situação do trânsito nas ruas, num conceito de mobilidade. Foi referido o Eco Parque Industrial, tendo em conta o exemplo que Guimarães está a lançar para promoção da economia circular. Não queremos as indústrias poluentes, mas sim as indústrias competitivas e com boas práticas, que deixam zero de resíduos se possível, e as que trazem conhecimento. Isso é o que pretendemos na atratividade económica para o concelho e este Eco Parque dará resposta a isso tudo”, referiu.
Domingos Bragança falou ainda do “trabalho muito empenhado e sistematizado na defesa das linhas d’água” a fim de conferir a confiança dos cidadãos. “Há situações que não podem acontecer, como quando surgem entidades que poluem a água, nomeadamente em situações que têm ocorrido com as Águas do Norte, e o cidadão acaba por não perceber. Fazemos um trabalho profundo na avaliação das linhas de água, protegendo as margens, mas depois as águas surgem poluídas porque outras entidades públicas com a responsabilidade de tratar a água não o fazem, por uma questão de incapacidade, mas as pessoas não percebem”, alertou o Presidente da Câmara de Guimarães. “A Águas do Norte já percebeu que deve fazer investimento para que os coletores tenham a dimensão necessária para dar resposta e os que não estão em condições devem ser substituídos. Existem acidentes sucessivos que coloca em causa o nosso trabalho”, lamentou.
A reunião do comité serviu para avaliar a estratégia global do desenvolvimento sustentável de Guimarães, bem como analisar o progresso deste processo, sendo presidido pelo Prémio Nobel da Paz, Mohan Munasinghe, que teve uma intervenção por videoconferência.