6º festival GUIdance começa esta quinta-feira e prolonga-se até 13 de fevereiro
Evento afirma-se como um marco na programação cultural de inverno, tendo Guimarães como epicentro da dança. Em nove peças que compõem o programa deste ano do GUIdance, há duas estreias absolutas.
A sexta edição do GUIdance tem início marcado para esta quinta-feira, 04 de fevereiro, às 22h00, no Grande Auditório do Centro Cultural Vila Flor (CCVF). Victor Hugo Pontes apresenta, em estreia absoluta, a sua mais recente criação, “Se alguma vez precisares da minha vida, vem e toma-a”. “A Gaivota”, de Anton Tchékhov, é o ponto de partida para a nova criação de dança do coreógrafo.
Na sexta-feira, também às 22h00, o Pequeno Auditório do CCVF recebe “Hu(R)mano”, de Marco da Silva Ferreira. Neste espetáculo, os intérpretes elevam-se a uma atmosfera paralela ao real, numa reflexão imaginária em torno do “movimento humano urbano” e da sua condição vital. Esta é uma busca constante do significado da dança enquanto produto abstrato, mutável e efémero, que se gera intuitivamente nos universos contemporâneos. Uma exacerbação física que se distorce e se transforma mutuamente com o espaço e as matérias.
No sábado, o GUIdance reserva ao público uma dose dupla de espetáculos. Às 19h00, a Black Box da Plataforma das Artes e da Criatividade acolhe a estreia nacional de “Hyperfruit”, uma peça que reflete como os novos meios de comunicação digital afetam as relações pessoais. A internet como ferramenta essencial para nos conectarmos e que simula uma proximidade e intimidade que, na realidade, não existe. Ludvig Daae e Joanna Nordahl questionam a diferença entre a comunicação física e a comunicação digital, medindo-a em impacto emocional. O que acontece quando a nossa forma de aceder ao mundo através da internet é a base dramatúrgica de uma performance?
À noite, às 22h00, Miguel Moreira, da Útero, leva ao palco do Grande Auditório do CCVF a estreia absoluta de “Maremoto”. “Maremoto” é uma energia escondida impossível de superar. É o grito da natureza. Essa energia que nos transcende pode também ser vista em muitos artistas e nas suas obras. A capacidade das obras despoletarem em nós emoções variadas e desconhecidas pela sua profundidade e lançar novos campos possíveis para o pensamento. “Maremoto” é, em sentido figurado, o espaço para o ser humano se transcender com diversas sinergias e intensidades.
O GUIdance prossegue no dia 10 de fevereiro para a segunda semana de festival que guarda ainda uma mão cheia de espetáculos. Ao palco sobe novamente Miguel Moreira com a remontagem da peça “Parede”, que em 2002 marcou um momento crucial no percurso da Útero. Quem se segue é o consagrado Akram Khan que traz a Guimarães a aclamada peça “Kaash” (dia 11) que foi um enorme sucesso aquando a sua estreia e que tem paragem obrigatória na edição de 2016 do GUIdance. Também a japonesa Kaori Ito participa no festival, acompanhada pelo seu pai, para o comovente espetáculo “Je dance parce que je me méfie des mots” (dia 12). Luís Guerra também tem lugar neste GUIdance com o seu “Nevoeiro” (dia 13, às 19h00) e, por fim, Anne Teresa De Keersmaeker, da companhia Rosas, apresenta em Guimarães “Golden Hours (As you like it)” (dia 13, às 22h00), um espetáculo que esconde uma peça de teatro na dança, um encontro entre Brian Eno e William Shakespeare.
Masterclasses, debates e festival nas escolas
Para além do cartaz principal de espetáculos, o GUIdance apresenta ainda um conjunto de atividades paralelas que aproximam o público dos artistas e permitem conhecer uma outra perspetiva do processo de criação artística. Este ano, há masterclasses com Victor Hugo Pontes e a Akram Khan Company, e há conversas pós-espetáculo com Victor Hugo Pontes, Miguel Moreira e Kaori Ito. Este sábado, às 16h00, a Plataforma das Artes acolhe um debate sobre as relações entre a dança e as outras artes moderado por Cláudia Galhós.
O GUIdance também chega às escolas com os embaixadores da dança que, nesta edição, são representados por Leonor Keil e Miguel Moreira. Cláudia Galhós também vai às escolas secundárias para falar da história da dança e passa ainda pelas escolas de dança Asas de Palco e Academia de Música e Bailado de Guimarães. No Café Concerto do CCVF está patente, ao longo do festival, uma exposição de desenhos de Luís Guerra que apresenta aqui uma outra faceta criativa. Também Luís Guerra abre o seu trabalho aos alunos da ESAG que são convidados a desenhar os movimentos do ensaio da peça “Nevoeiro”. O meeting point do festival acontece no Café Concerto do CCVF às sextas e sábados, após os espetáculos, para momentos de descontração e convívio ao som de vários dj’s.
Os bilhetes para o GUIdance encontram-se à venda nas bilheteiras do Centro Cultural Vila Flor e da Plataforma das Artes e da Criatividade, bem como nas lojas Fnac e El Corte Inglês, entre outros pontos de vendas, e na internet em www.ccvf.pt e oficina.bol.pt. O preço dos bilhetes varia entre os 5,00€ e os 10,00€ e há ainda a possibilidade de adquirir a assinatura do festival por 35,00€, que contempla todos os espetáculos e ainda uma visita às exposições patentes no Centro Internacional das Artes José de Guimarães. Os alunos que frequentam Escolas de Artes Performativas têm um preço especial de 4,00€ nos espetáculos que se realizam no Grande Auditório do Centro Cultural Vila Flor. Toda a informação relativa ao GUIdance 2016 encontra-se disponível no site www.ccvf.pt. | vídeo 1 | vídeo 2 |
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