END não é um fim, mas antes o início de muitos inícios possíveis, e a 6ª edição acontece de 18 a 20 de março, em Guimarães
END não é um fim, mas antes o início de muitos inícios possíveis que potenciam o imaginário e promovem a criação, a originalidade e a partilha pela dramaturgia. Com a direção artística de Mickaël de Oliveira, a 6ª edição do Festival END - Encontros de Novas Dramaturgias acontece de 18 a 20 de março em Guimarães, tendo lugar em vários locais da cidade como o Espaço Oficina, Centro Cultural Vila Flor, Casa da Memória de Guimarães, Centro Internacional das Artes José de Guimarães, Teatro Jordão e Garagem Avenida (Universidade do Minho), bem como o Estádio D. Afonso Henriques.
De frequência bienal, o Festival END promove e divulga a escrita original para teatro e outras artes performativas, convidando dramaturgos a partilhar os seus mais recentes trabalhos nos mais diversos formatos de apresentação – seminários, debates, leituras encenadas e participativas, ensaios abertos, oficinas de criação e de dramaturgia, residências artísticas, espetáculos, entre outros. São ainda convocados artistas, investigadores, professores, alunos de artes performativas e demais participantes e espectadores que queiram pensar as potências e possibilidades da dramaturgia hoje.
Coproduzida pelo Colectivo 84, Teatro Oficina/A Oficina e Teatro Académico Gil Vicente/Universidade de Coimbra, a 6ª edição do Festival END decorre em Guimarães (18 a 20) e em Coimbra (21 a 23), contando com a presença de Ana Luena, Ana Mula, Beatriz Wellenkamp Carretas, Bruno dos Reis, Catarina Vieira, Cátia Faísco, Carlos Alves, Cristina Planas Leitão, Diego Bragà, Fernando Matos Oliveira, Flora Miranda, Francisco Louçã, Gonçalo Waddington, Henrique Furtado Vieira, José Miguel Soares, Keli Freitas, Lígia Soares, Luís Araújo, Mafalda Banquart, Marta Bernardes, Mário Coelho, Marta Freitas, Mickaël de Oliveira, Nelson Guerreiro, Nuno Castro, Patrícia Portela, Paula Braga, Raquel S, Rogério Nuno Costa, Rui Catalão, Rui Pina Coelho, Sara Carinhas, Sónia Baptista, Tiago Cadete.
Dedicado à promoção, divulgação e sensibilização da dramaturgia portuguesa contemporânea junto de todos os públicos, o programa do Festival END 2024 apresenta-se em duas partes: a primeira a decorrer em Guimarães e a segunda em Coimbra. Ao longo de 6 dias de programação intensa, esta edição apresenta atividades de formação, criação (com seminários e oficinas integradas no seu programa paralelo ‘Escola do Espectador Emancipado’), e de pensamento via conferência, debate e uma mesa-redonda. O programa privilegia ainda projetos em processo de criação (ensaio aberto e conferência-performance), espetáculos de teatro, dança e performance; e ainda peças para rádio e estádio de futebol.
Em Guimarães, o festival decorre em diversos espaços d’A Oficina e alimenta-se do projeto artístico do Teatro Oficina (TO), assente no apoio à criação, com especial foco no estímulo à sua dramaturgia. O festival abre o véu sobre o processo de criação de “Lugar X” de Catarina Vieira, em residência no programa ‘Criação Crítica’ do TO, com acompanhamento dramatúrgico de Marta Bernardes. Outra residência é apresentada em forma de leitura encenada, “A gente na boate sofre”, escrita e dirigida por Diego Bragà, que volta, em sessão noturna, com o projeto musical “Super Puta” que celebra um conjunto de colaborações artísticas e que é “um convite a ouvir, entender e a olhar para as pessoas não-binárias, e pensar sobre a humanidade no geral, num sentido de se experimentar”. Bruno dos Reis apresenta a sua obra “Na Relva Esfola Menos” para um estádio de futebol, uma narrativa para se ouvir e passear no relvado. Enquanto Tiago Cadete nos oferece com a performance-instalação “Manjar”, “um grande banquete” em que a comida é som, relacionando a culinária a partir do processo de colonização portuguesa, Rogério Nuno Costa propõe, com a conferência-performance “Vou A Tua Casa_Condomínio”, a realização de um jantar em que a comida é alimento e propósito para palestrar e interagir com autores convidados ao repasto a ser observado pelos espectadores.
O programa de Guimarães acolhe ainda uma conferência-performance de Sónia Baptista que nos entrega, desta vez, a primeira etapa pública do seu trabalho “Dikes on Ice” com um Preâmbulo que inaugura a sua investigação sobre mais lugares comuns via “mitologias pessoais e universais, estereótipos e preconceitos, agressões e efabulações da realidade de viver como uma mulher que ama outras mulheres”. É também na cidade vimaranense que se inicia a transmissão de “Madame de Quay”, texto inédito de Gonçalo Waddington, criado para rádio por Luís Araújo que, por sua vez, escreve e encena “A Peça que falta” no contexto das OTO - Oficinas do Teatro Oficina. E, para encerrar a primeira parte do programa, Cristina Planas Leitão apresenta o seu novo projeto coreográfico, “O Sistema”, que trabalha em cena a fronteira entre a ficção e o real, ancorado nas ideias de trabalho, solidariedade e amizade.
No seu programa paralelo, designado ‘Escola do Espectador Emancipado’, o Festival END oferece, ainda, atividades de formação participativa, através de oficinas de criação, escrita e dramaturgia, privilegiando a sua contemporaneidade e transdisciplinaridade, proporcionando lugares de encontro entre autores, artistas, estudantes, professores, investigadores e outros participantes. ‘Escola do Espectador Emancipado’ convida estudantes e docentes de várias universidades, escolas superiores e profissionais portuguesas que tenham nos seus currículos ciclos de estudos em artes performativas para participarem no Festival END oferecendo-lhes um programa que procura criar espaços de reflexão e mediação em torno da dramaturgia, estimulando o seu conhecimento através da prática artística. É o que acontece nas Oficinas de Dramaturgia e Criação “A gente na boate sofre” (Diego Bragà) e “Morrer pelos passarinhos” (Lígia Soares e Henrique Furtado); nas Oficinas de Escrita “O Estado das Coisas” (Rui Pina Coelho e Marta Freitas) e “Loop” (Ana Luena e José Miguel Soares); ou ainda no Seminário sobre “Processos de Composição e Dramaturgia para a Cena” com Gonçalo Waddington, Raquel S, Rui Catalão, e Keli Freitas; bem como nas várias conversas pós-espetáculo moderadas por Beatriz C. Wellenkamp, Nelson Guerreiro e por Mickaël de Oliveira.
Para uma reflexão mais ampla, o programa da ‘Escola do Espectador Emancipado’ propõe igualmente o debate “Dramaturgia contemporânea - Arquivo e divulgação” (Fernando Matos Oliveira, Marta Freitas e Paula Braga) e a mesa-redonda “Os desafios do ensino da dramaturgia em Portugal” (moderada por Cátia Faísco), com professores do ensino profissional e superior em artes performativas. Aos professores convidados, juntam-se cerca de 60 dos seus estudantes provenientes de dezassete instituições de ensino em Portugal e Espanha, convidados a acompanhar o programa do Festival END, em Guimarães e em Coimbra, para uma imersão plena nos materiais da imaginação que marcam a nossa dramaturgia e cena contemporâneas.
Fotografia: "A gente na boate sofre", Diego Bragà © Bill Bernstein
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