Tortas de Guimarães na semi-final das “7 Maravilhas Doces de Portugal”
Programa transmitido em direto esta quinta-feira, 15 de agosto, na RTP.
As Tortas de Guimarães, através da candidatura apresentada pela Câmara Municipal de Guimarães, concorrem na semi-final das “7 Maravilhas Doces de Portugal” da RTP. O programa televisivo é transmitido esta quinta-feira, 15 de agosto, entre as 10h00 e as 13h00 e entre as 14h20 e 17h30, apresentado por Jorge Gabriel, Joana Teles e Inês Carranca.
O número de telefone para votar nas Tortas de Guimarães é o 760 107 133, sendo o valor da chamada de 0,60€+IVA. As chamadas são ilimitadas e é possível participar as vezes que pretender.
O antigo guarda-redes do Vitória SC e figura emblemática de Guimarães, Neno, aceitou o convite da Câmara de Municipal para apadrinhar a candidatura das Tortas de Guimarães às “7 Maravilhas Doces de Portugal”.
Tortas de Guimarães - Doces do convento de Santa Clara de Guimarães
Guimarães orgulha-se da riqueza do seu Património edificado, designadamente do Centro Histórico, reconhecido pela UNESCO como Património Mundial. Esse patamar de excelência está intimamente ligado ao património imaterial, ao legado cultural, sendo a Gastronomia Tradicional um elemento marcante e diferenciador, com métodos de confeção específicos, onde se privilegia a utilização de ingredientes locais.
O Convento de Santa Clara de Guimarães foi não só uma casa de reclusão, mas também um centro de criação e confeção de doces de grande qualidade. Para tal contribuíram duas fortes razões. A primeira foi de sobrevivência: os escassos rendimentos não chegavam para fazer face às despesas e, para solucionar este problema, fez-se uso das qualidades de doceiras das freiras para, com a venda dos produtos às famílias abastadas.
A segunda foi de índole prática: havia que escoar as gemas sobrantes das claras usadas na goma com que se engomavam os hábitos.
Em 1724, o arcebispo de Braga “ordenou que cada uma das religiosas não fizesse anualmente mais de 9 arrobas de doce” por estarem as monjas a descurar as suas obrigações espirituais. Após a extinção dos conventos em 1834, no âmbito da "Reforma geral eclesiástica" empreendida pelo Ministro e Secretário de Estado, as empregadas seculares regressaram a suas casas e com elas levaram a receitas das tortas.
Em 1891 morreu a última das freiras, e é por volta dessa época que Dona Maria Henriqueta Leal Sampaio, sobrinha de Alberto Sampaio, terá começado a reunir um conjunto de 187 receitas de doces, atividade que prossegue pela primeira metade do século XX.
Até nós chegaram notícias de um infindável receituário original, mas sempre mantido em segredo e nunca passado para o papel. De muitos dos doces constantes nos documentos não há qualquer receita. Algumas chegaram até nós, entre os quais as Tortas de Guimarães.
As Tortas de Guimarães são o mais doce dos tesouros que esta cidade oferece. De receita única e saber fazer transmitido apenas de pais para filhos, os primeiros registos da sua existência datam apenas do século XIX.