Programa base para a requalificação do centro das Taipas propõe mais área para circular a pé
Habitantes ficaram a conhecer o primeiro esboço do renovado Centro Cívico. Proposta de aumento da área pedonal agradou. Ribeira da Canhota também vai passar a estar a céu aberto para usufruto público.
Aumentar a área de circulação pedonal em 45 por cento comparativamente com o perfil atual e diminuir o pavimento rodoviário em 60 por cento é um dos objetivos propostos pelo programa base de requalificação do Centro Cívico das Taipas que a Câmara Municipal de Guimarães apresentou publicamente aos habitantes da vila e que se encontra em apreciação para recolha de eventuais contributos.
A proposta contempla a criação de um novo largo entre o Centro Comercial Passerelle e a zona dos atuais semáforos, no cruzamento da rua Professor Manuel José Pereira com o início da rua Comandante Carvalho Crato. Esta nova centralidade devolve o espaço público aos cidadãos, surgindo ali novas esplanadas e uma diferente arborização, e elimina neste local o acesso rodoviário, com os automobilistas a terem de recorrer à Circular, se eventualmente pretenderem seguir a direção de Braga, estando na Avenida da República.
A transformação proposta no centro da vila preserva, contudo, elementos históricos das Taipas, como é o caso da capela de Santo António, demolida em 1917, mas cuja simbologia ficará perpetuada no seu local por um escadario, contíguo ao novo largo público. O programa base prevê, também, que a qualidade do novo Centro Cívico da Vila das Taipas deve recuperar a importância do recurso hídrico preexistente, nomeadamente o rio Ave e a Ribeira da Canhota, assim como o seu papel estruturante na caracterização do espaço, na memória e no património coletivo.
«Este é um estudo prévio que pretende transformar o cruzamento rodoviário atual num centro que complementa de forma clara e confortável o lazer, as atividades comerciais e de serviços fomentando um uso coletivo e o encontro de percursos e de pessoas, numa continuidade de articulação das escolas com o centro da vila», disse o Presidente do Município de Guimarães, Domingos Bragança, na sessão pública que decorreu no Centro Pastoral das Taipas e que contou com a apresentação da arquiteta Marta Labastida, que integra a equipa da Escola de Arquitetura da Universidade do Minho, presidida por Maria Manuel Oliveira, cujo Centro de Estudos está ainda a elaborar o projeto.
Características da intervenção
A requalificação do centro das Taipas apresenta um conjunto de premissas relativas à mobilidade pedonal, à sensibilidade ecológica, ao património, às relações entre espaços próximos e à manutenção e gestão integrada que convergem num objetivo primeiro: (re)definir uma nova identidade para o espaço público capaz de articular os distintos espaços e memórias encontrados no lugar. «Isto implica construir uma proposta que integre uma leitura histórica desde uma posição contemporânea e que ofereça uma maior qualidade e conforto para promover e intensificar as futuras apropriações», refere Marta Labastida.
O programa proposto define um centro composto pela configuração de novos espaços com vocação própria que promovem um conjunto de percursos e articulam novas relações entre os equipamentos de proximidade, localizados no próprio centro (Junta de Freguesia, Centro Pastoral, Igreja matriz, antigo Mercado, Banhos Novos e Velhos) ou numa área de influência mais alargada (Escola Secundária, Feira, Parque das Taipas, rio Ave...). «O Presidente da Câmara tem uma vontade igual à minha ou mesmo superior para se intervir nesta centralidade. Esperamos a colaboração de todos para que se torne efetivamente uma intervenção para todos», realçou Constantino Veiga, Presidente da Junta de Freguesia de Caldelas. Os contributos podem ser enviados para o seguinte endereço eletrónico: <presidencia@cm-guimaraes.pt>.
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