Um mês de sistema PAYT no Centro Histórico de Guimarães com resultados muito positivos
Projeto inovador em Portugal de recolha de lixo apresenta resultados promissores. Recolha seletiva teve um aumento superior a 86%, numa análise comparativa entre o que foi recolhido no final de fevereiro e o mês de abril. Em igual período, resíduos domésticos diminuíram 35%.
Um mês volvido após a implementação do novo tarifário do serviço de recolha de resíduos no Centro Histórico de Guimarães, através do sistema designado de “PAYT”, num projeto pioneiro a nível nacional, os resultados são francamente positivos e revelam o sucesso da medida. Para além de uma percentagem muito significativa da população residente e dos comerciantes terem já aderido integralmente, os resultados diretos e objetivos são entusiasmantes: a recolha de resíduos valorizáveis (recolha seletiva) quase que duplicou entre fevereiro e abril e a deposição de resíduos indiferenciados (domésticos) diminuiu cerca de 20 toneladas.
No final do mês de fevereiro, a Vitrus Ambiente, entidade gestora do sistema, recolheu 1 tonelada de plástico, 5.8 toneladas de vidro e 3 toneladas de papel/cartão, num total de 9.8 toneladas de resíduos valorizáveis. No final de abril, recolheu 4.5 toneladas de plástico, 9.4 toneladas de vidro e 4.4 toneladas de papel/cartão, num total de 18.3 toneladas de resíduos valorizáveis, num aumento superior a 86%, daqui resultando que a distribuição de mini ecopontos por todas as habitações e estabelecimentos comerciais, as campanhas de sensibilização para a separação de resíduos e a introdução dos sacos de plástico para lixo doméstico com tarifa incluída foi bem-sucedida. De igual modo o resultado é bastante animador na recolha de resíduos domésticos. Em fevereiro, foram recolhidas 58 toneladas e, em abril, apenas 37.6 toneladas, num decréscimo de 35%.
Sistema permite saber quem não adere
O estudo e a avaliação de sistemas idênticos noutros países europeus referem que o PAYT resulta, ao final de um ano, num aumento de 30% da recolha seletiva e numa redução de 15% nos resíduos domésticos, valores largamente superados neste primeiro mês no Centro Histórico de Guimarães, numa altura em que o sistema ainda tem alguns constrangimentos e dificuldades que a Câmara Municipal e a Vitrus estão a tentar ultrapassar. Ainda existem cidadãos e comerciantes que não utilizam os sacos tarifados, ainda se verifica a colocação de resíduos em horários inapropriados ou a deslocalização da colocação de resíduos para áreas exteriores ao Centro Histórico.
A verificação destas situações exigem um contacto e diálogo permanente com os utentes, uma fiscalização muito rigorosa através dos fiscais da Divisão de Serviços Urbanos e da Polícia Municipal e a abertura de processos contraordenacionais a prevaricadores recorrentes, já que o sistema informático que suporta este projeto permite identificar quem não adere ao sistema ou quem o desvirtua através de comportamentos desviantes ao regulamento em vigor.
«É evidente que este sistema resulta em manifesto benefício para os moradores e comerciantes do Centro Histórico, mesmo do ponto de vista financeiro, sendo igualmente notório o forte impacto na qualidade ambiental desta zona nobre da cidade, pelo que a Câmara Municipal e a Vitrus Ambiente vão continuar a trabalhar no sentido de garantir a total eficácia e universalidade do serviço», refere Amadeu Portilha, Vice-Presidente do Município com competências delegadas na área do Ambiente.
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