Outubro chega à Casa da Memória para dar foco às práticas artísticas participativas e comunitárias, dar voltas ao barro e mergulhar no fascínio das plantas
O outono pode tardar a chegar, mas o mês de outubro chega em força à Casa de todos nós, para nos abrir as portas e promover uma oficina de práticas artísticas participativas e comunitárias seguida da apresentação e discussão em torno do livro “Práticas Artísticas, Participação e Política” de Hugo Cruz, com participação do próprio e de Paulo Lopes Silva e Paula Oliveira, uma conversa aberta sobre propriedades quase mágicas das plantas nos “Colóquios Simples” moderados por Alexandre Gamela, e uma oficina de olaria que convida famílias e a todos para percorrer uma tradição feita de barro e de histórias, a olaria vimaranense, no regresso dos já tradicionais Domingos na Casa, aqui conduzidos pela oleira Maria Fernanda Braga e inspirados pela Cantarinha dos Namorados.
Voltamos assim a reunir-nos na Casa da Memória de Guimarães (CDMG) para nos lembrarmos da importância de confluirmos para um espaço comum e aberto, este centro interpretativo que continuamente põe em prática a arte de partilhar e receber conhecimento com o território e as suas comunidades.
Assim acontece já no próximo dia 11, das 09h30 às 12h00, com a oficina “Para quê participar?” orientada por Hugo Cruz que propõe introduzir criticamente a temática das práticas artísticas participativas e comunitárias. Num espaço que convoca experiências e investigações desenvolvidas nos últimos anos, discutindo-se os elementos fundamentais destas práticas, assim como as suas potencialidades/fragilidades e a ligação à participação cívica e política. Esta oficina contempla, ainda, uma breve abordagem: às noções de cultura e participação; ao desenvolvimento histórico das práticas artísticas participativas e comunitárias; e à qualidade da participação cultural e artística. Dirigida a profissionais e estudantes das áreas das artes, ciências sociais e humanas, particularmente da educação, saúde, decisores políticos, técnicos de autarquias, entre outros, esta oficina já esgotou a sua lotação, sendo seguida de um momento de participação gratuita no mesmo local, às 12h00, mediante inscrição prévia.
Trata-se concretamente da apresentação e discussão em torno do livro “Práticas Artísticas, Participação e Política”, um momento que decorre na Casa da Memória com a participação de Hugo Cruz (autor, programador artístico, professor que desenvolve o seu trabalho no espaço da criação artística e participação cívica e política em contextos diversos como escolas, prisões, bairros sociais, IPSS ́s, casas do povo, entre outros) e de Paulo Lopes Silva e Paula Oliveira (Vereadores do Município de Guimarães para as áreas da Cultura e Ação Social, respetivamente).
As práticas artísticas participativas e comunitárias reúnem um interesse crescente no contexto atual. A construção e desenvolvimento destas práticas tem acontecido num duplo sentido. Se, por um lado, a criação artística contemporânea tem aprofundado a sua dimensão participativa, por outro, a educação e a intervenção comunitária e social têm recorrido às linguagens artísticas como alternativa às suas abordagens mais tradicionais. Num momento de particular perigo para as democracias e para a nossa vivência coletiva, este livro cruza e atualiza os contributos da arte, da participação e da política, num diálogo intenso entre teoria e prática.
Com base em estudos, inéditos pela sua dimensão e profundidade, desenvolvidos pelo autor em Portugal e no Brasil nos últimos quatro anos, envolvendo 332 pessoas de 23 grupos teatrais, são discutidos os elementos fundamentais das práticas artísticas participativas e comunitárias, bem como as potencialidades e fragilidades que os processos criativos podem encerrar na sua ligação com a participação cívica e política. Numa apresentação com hora marcada, entre as 12h00 e as 13h00 deste mesmo dia 11 de outubro, com lotação limitada e participação gratuita, mediante inscrição prévia através do formulário disponível em www.casadamemoria.pt.
Na sexta-feira 13 de outubro, às 21h00, as propriedades quase mágicas das plantas regressam à Casa da Memória para a terceira e derradeira sessão dos “Colóquios Simples”, com participação de Célia Cabral, João Farminhão, Nelson Gomes, numa conversa acessível e aberta, como sempre moderada por Alexandre Gamela, procurando dar uma outra perspetiva sobre Ciência e sobre as plantas, das exóticas às que fazem parte do nosso dia a dia e que, frequentemente, ignoramos. Desde as práticas curativas ancestrais às descobertas mais recentes da ciência, da infusão em água quente aos pratos mais requintados, as aplicações medicinais e culinárias das plantas influenciaram profundamente a evolução humana e das sociedades. Nesta última sessão, propõe-se descobrir as propriedades quase mágicas das plantas e como sem elas a vida não seria tão longa nem teria o mesmo gosto. Esta viagem ao conhecido, que aguarda ser melhor entendido por nós, é de entrada gratuita e aberta a todas as idades.
Saltando para o penúltimo domingo do mês (22 outubro), voltamos à Casa da Memória pelas 11h00 para percorrer uma tradição feita de barro e de histórias, a olaria vimaranense, no regresso dos já tradicionais Domingos na Casa. Conduzidos pela oleira Maria Fernanda Braga e inspirados pela Cantarinha dos Namorados, os mais novos têm a oportunidade de fazer parte das “Histórias de Cântaros e Cantarinhas”, uma oficina de olaria em que se molda o barro vermelho na roda de oleiro, enquanto as mãos na água e a água no barro e o barro na mão fazem nascer pequenas peças que podem ser ornamentadas com mica branca polvilhada. Depois, é só aguardar algumas horas pela cozedura. Esta oficina de olaria é dirigida a maiores de 6 anos de idade e tem o custo de 2 euros mediante inscrição prévia através do formulário disponível em www.casadamemoria.pt.
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