Caleidoscópio de fragmentos culturais: olhando e escutando Guimarães

A identidade cultural de Guimarães tem características comuns, historicamente reconhecidas, podendo até ser olhada como algo de uno, de homogéneo. Esta aparente homogeneidade foi ainda reforçada pelo facto de a região ter sido Capital Europeia da Cultura. Porém, olhadas do interior da cultura vimaranense, as múltiplas manifestações da região, afirmam-se, ganham forma, história, tradição, sabedoria e mistério. A cultura de Guimarães revela-se constituída por uma multiplicidade de realidades culturais.

 

Não será possível num pequeno texto como este almejar a que se consiga uma descrição, mesmo que reconhecidamente superficial, de toda esta riqueza, de toda esta complexidade. A consciência de tal impossibilidade condicionou, então, a ideia de se tentar uma espécie de simples amostragem de alguns fragmentos deste caleidoscópio cultural, colocando-os metaforicamente no corpo de um iceberg. Alguns aspetos culturais mais facilmente observáveis estariam, simbolicamente, colocados acima da linha de água. Outros mais secretos, mais ocultos, mapear-se-iam em zonas cada vez mais profundas do bloco de gelo. Esta é a característica estruturante à volta da qual se construiu este texto.

 

Desta coleção já foram publicados: "Quando eu nasci aquela fábrica já ali estava: memórias, vivências e opiniões sobre o trabalho na indústria em Guimarães”; " Oh mãe, deia-nos pão! - Escutando quotidianos de pobreza" e "A Marcha da Fome de Pevidém. Memórias de um passado na inquietude do agora”. O quinto e último livro desta coleção será sobre migração.