Sexta-feira cultural com inauguração de exposição de José de Guimarães e concerto de Minta & The Brook Trout
A frescura e leveza de Minta & The Brook Trout chegam a 3 de julho rumo a uma ‘Lufada’ descontraída nos jardins do Centro Cultural Vila Flor
A ‘Lufada’ desta sexta-feira chega-nos sob a forma de concerto com as vozes e os instrumentos do duo Francisca Cortesão e Mariana Ricardo a aterrarem (em segurança) nos jardins do Centro Cultural Vila Flor para se juntarem ao público no relvado com vista para a cidade de Guimarães. Decorridas as primeiras duas sextas-feiras desta ‘Lufada’ cultural – sempre com lotações esgotadas – é chegada a vez de Minta & The Brook Trout se juntar a esta refrescante vibração que se sente ao final das tardes de sexta-feira, num concerto ao ar livre com entrada gratuita, por ordem de chegada e até à lotação de segurança do espaço.
Também esta sexta-feira, 3 de julho, as portas do Arquivo Municipal Alfredo Pimenta, em Guimarães, abrem-se às 17h00 para dar lugar à inauguração da exposição Tímida Modernidade, iluminando uma série de obras de José de Guimarães que nos permitem o acesso à sua prática entre o final dos anos de 1980 e os primeiros momentos da última década do século XX, com o artista vimaranense a fazer-nos recuar no tempo para continuar a questionar o futuro.
E a ‘Lufada’ promete continuar a fazer-se sentir até 10 de julho, em Guimarães, com as artes a ocuparem pátios, jardins e salas de museu, seja com espetáculos ou visitas e oficinas para realizar em pequenos grupos, com família, com amigos, com a proximidade de sempre, disponíveis em permanência mediante inscrição. Falamos de Visitas orientadas às exposições patentes na Casa da Memória, no Centro Internacional das Artes José de Guimarães e no Palácio Vila Flor, bem como Oficinas de artes plásticas (‘Viagem ao Oriente’) e visuais (‘A Escala da Fronteira’), de tapeçaria (‘Um Tapete e o que Mais?’) e fotografia (‘Memórias Reveladas’) a decorrer preferencialmente no exterior.
A história de Minta – base do projeto que esta sexta-feira (19h) surge com a ‘Lufada’ – começa em 2006 quando tudo acontecia no MySpace como veículo das gravações caseiras das canções de Francisca Cortesão. You, lançado em 2008 pela extinta Naked e coproduzido por Nuno Rafael, tinha cinco temas. Um deles, A Song To Celebrate Our Love, integrou a compilação Novos Talentos FNAC do mesmo ano. Foi em 2009 que surgiu o nome Minta & The Brook Trout, enquanto o projeto a solo se foi transformando numa banda, na base da qual estão, desde então, as canções sucintas de Francisca Cortesão e os arranjos minimais de Mariana Ricardo. Em torno deste duo, em gravações e concertos, tem girado um elenco de músicos extremamente talentosos, tanto como membros de Brook Trout como enquanto convidados especiais. Minta & The Brook Trout é agora um quarteto: Francisca Cortesão (voz e guitarra), Mariana Ricardo (voz, baixo, ukulele e percussão), Margarida Campelo (voz, teclado e percussão) e Tomás Sousa (bateria e voz). Quando se apresentam em duo, como acontecerá a 3 de julho em Guimarães, Francisca Cortesão e Mariana Ricardo privilegiam o contacto direto com o público e despem ainda mais as canções com novos arranjos e versões surpreendentes.
No mesmo dia, às 17h00, o público terá igualmente a oportunidade de conhecer a nova exposição ‘Tímida Modernidade' – Obras de José de Guimarães para um Futuro Centro de Arte Contemporânea em Guimarães no Arquivo Municipal Alfredo Pimenta. Tímida Modernidade são as palavras que encerram a carta redigida por José de Guimarães aquando da doação em 1992 de um vasto núcleo de obras da sua autoria à cidade de Guimarães. O ato de doar por parte do artista procurava energizar e agitar essa timidez – à qual a arte e a cultura nunca se devem tomar –, e com isso potenciar num futuro próximo a criação de um Centro de Arte Contemporânea, onde a arte e a dinâmica cultural de Guimarães se projetassem. Desde 1992, esta série de pinturas, desenhos, guaches e esculturas permaneceram em exposição no Paço dos Duques de Bragança. E se hoje pensamos sobre o futuro dos museus e dos centros de arte no mundo, José de Guimarães apontava a seu tempo a necessidade de ser criado um lugar plural, de projeção nacional e internacional, museu-habitat de artistas e agentes, um lugar de pensamento e questões, um museu-rampa onde se cruzariam as práticas artísticas e a cultura da contemporaneidade com as dinâmicas particulares e singulares da comunidade e território. Com certezas ou não, no futuro viria a formar-se o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), plataforma-museu que dedica a sua atividade ao gesto de dar a ver as criações artísticas contemporâneas lado a lado com objetos das diversas coleções de arte do próprio. Nesta (re)exposição no Arquivo Municipal Alfredo Pimenta, com curadoria de João Terras e Inês Oliveira, percorremos uma série de obras de José de Guimarães que nos permitem olhar para a mesma como uma exposição-arquivo, que recua no tempo para continuar a questionar o futuro. O acesso à inauguração da exposição é gratuito, por ordem de chegada, e limitado à lotação do espaço. Após a sua inauguração, a exposição poderá ser visitada de segunda a sexta, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30, com as respetivas normas de segurança preventiva.
A programação embalada pela anunciada ‘Lufada’ marca presença entre nós até à sexta-feira 10 de julho, altura que nos confrontamos com o virtuoso piano de Pedro Emanuel Pereira (19h00) e o filme-concerto Surdina de Rodrigo Areias (21h45), com música ao vivo de Tó Trips, apresentado em colaboração com o Cineclube de Guimarães. Esta ‘Lufada’ é também acompanhada em permanência por uma oferta de visitas e oficinas promovidas pelo serviço de Educação e Mediação Cultural d’A Oficina: Visitas orientadas às exposições patentes na Casa da Memória, no Centro Internacional das Artes José de Guimarães e no Palácio Vila Flor e Oficinas de artes plásticas e visuais, de tapeçaria e fotografia a decorrer preferencialmente no espaço exterior da Casa da Memória e do CIAJG. Estas atividades são igualmente gratuitas e realizadas por marcação prévia obrigatória com, pelo menos, 5 dias de antecedência, através de telefone 253 424 716 ou e-mail mediacaocultural@aoficina.pt. Para marcações para grupos com mais de 7 pessoas, é aconselhado contactar através do mesmo e-mail para serem definidas alternativas. Para trás ficam já as apresentações (com lotações esgotadas) do BJazz Choir no CCVF, do ‘Turno da Noite’ no CIAJG, de Madame – Conversas privadas em espaço público (de António Alvarenga e Leonor Barata), e do cantautor e multi-instrumentista Benjamim.
Sempre com a segurança como prioridade, os espetáculos e atividades deste programa são de entrada gratuita, por ordem de chegada. A lotação é limitada e a abertura ao público acontece meia hora antes do início dos espetáculos. De ressalvar também a possibilidade de acompanhar a transmissão audiovisual dos concertos em direto nas respetivas redes sociais da cooperativa cultural A Oficina, oferecendo assim a possibilidade a um público mais alargado assistir aos mesmos, rasgando-se assim as fronteiras da lotação de segurança determinada para cada uma das apresentações.