Património Mundial
Guimarães, Património Mundial
O Comité do Património Mundial inscreveu o Centro Histórico de Guimarães na Lista de Bens Património Mundial em 13 de Dezembro de 2001. A classificação resulta, em grande medida, de um trabalho coordenado e motivado pelo Município tendo em vista a "recuperação do centro histórico de Guimarães". Iniciado na década de oitenta, em especial a partir de 1985, o trabalho realizado no centro da cidade de Guimarães permitiu valorizar os espaços públicos do "centro histórico" e sua envolvente, bem como a recuperação do património edificado, maioritariamente privado, que carateriza a cidade. Neste processo foi mantida a população residente, como princípio, e foram criadas condições de atratividade para novos investimentos e novos residentes.
Ao longo de duas décadas de trabalho quotidiano, o Município, através de múltiplas equipas mas, em especial, do GTL (Gabinete Técnico Local) —equipa responsável pela gestão e coordenação dos processos na área do centro histórico—tornaram-se visíveis os resultados constituindo até caso de estudo para Universidades nacionais e internacionais. O processo foi premiado e reconhecido por múltiplas entidades e ocasiões, destacando-se:
—Menção do Prémio Europa Nostra, 1985—Intervenção na Casa da Rua Nova, 115 (edifício municipal), dirigida pelo Arq. Fernando Távora.
—Prémio Nacional de Arquitetura (Associação dos Arquitectos Portugueses), 1993—Centro Histórico de Guimarães, Melhor Obra de Conservação (equipa do GTL de Guimarães).
—Prémio Real Fundação Toledo, 1996—Centro Histórico de Guimarães, Melhor Obra de Conservação (equipa do GTL de Guimarães).
—Menção Honrosa do Prémio Nacional Imagem da Cidade (Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território), 1999—Reabilitação das Casas Alpendradas (Câmara Municipal de Guimarães).
—Prémios RECRIA 2002 (Av.ª D. Afonso Henriques e Rua de Vila Flor), 2004 (Recuperação do edifício n.º76 da Rua da Caldeiroa), 2006 (Recuperação do edifício n.º 77,79 da Rua Egas Moniz).
—Menção Honrosa do Prémio "A Pedra na Arquitetura", 2001—Arranjos exteriores—Arranjo Urbanístico do Largo dos Laranjais.
—Nomeação para o Prémio Sir Robert Matthew 2002—Alexandra Gesta + GTL Guimarães.
—Menção Honrosa do Prémio Nacional Alexandre Herculano, 2008—Centro de Acolhimento Temporário da Associação de Apoio à Criança.
Entre os reconhecimentos, destaca-se a inscrição, em 13 de dezembro de 2001, do "Centro Histórico de Guimarães" na lista dos sítios Património Mundial da Unesco, fortemente determinada pelos pareceres favoráveis dos peritos internacionais que identificaram em Guimarães valores de integridade e de autenticidade que lhe mereceram um lugar na lista da Unesco.
O trabalho iniciado em 1985 é hoje encabeçado pela Divisão do Centro Histórico de Guimarães a quem compete, em colaboração com os restante serviços municipais, coordenar as atuações na área classificada e zona tampão (zona especial de proteção).
Passados vinte anos muitas têm sido as iniciativas, como a candidatura ao Prémio Europa Nostra e, em 2014, a decisão de início do processo de candidatura da Zona de Couros à lista do património Mundial. Em 2016 o Estado português incluiu o Centro Histórico de Guimarães e Zona de Couros (extensão) na Lista Indicativa de Portugal ao Património Mundial. Cinco anos depois, em 2021, a Câmara Municipal de Guimarães entregou à Comissão Nacional da Unesco a candidatura do "Centro Histórico de Guimarães e Zona de Couros" para inscrição na lista do Património Mundial.
Em causa está a extensão da área inscrita, passando a abarcar a Zona de Couros e envolvente sul do "Centro Histórico de Guimarães", áreas urbanas tradicionalmente associadas ao Trabalho que se desenvolveram com o restante burgo pese embora apenas se tenha reconhecido, em 2001, a área delimitada pela muralha medieval como área Património Mundial. É um processo que está em curso, podendo consultar-se uma parte substancial da documentação no presente site.
No âmbito do processo supra referido, e em cumprimento das orientações da unesco, foi desenvolvido um Plano de Gestão para o Centro Histórico de Guimarães e Zona de Couros. Como o nome explicita, o Plano considera como áreas de atuação as áreas propostas, para além das áreas já classificadas no passado. Entre os passos relevantes nos procedimentos de classificação do Centro Histórico de Guimarães e Zona de Couros destaca-se o procedimento, em curso, de classificação como Bem de Interesse Nacional (Monumento Nacional).