30 anos em 30 palavras – Ler é Património
Ao longo do tempo, a Biblioteca Municipal Raul Brandão adaptou-se irrepreensivelmente aos diferentes paradigmas tecnológicos e sociais – é híbrida, com espaços, serviços e coleções simultaneamente físicos e virtuais.
São 30 anos de evolução e de diferentes emoções.
São 30 anos em 30 palavras: Alegria, Otimismo, Trabalho, Orgulho, Adaptação, Gratidão, Liberdade, Confiança, Integridade, Presença, Inclusão, Evolução, Respeito, Crescimento, Proximidade, Tristeza, Aprendizagem, Pessimismo, Disponibilidade, Frustração, Consistência, Suporte, Continuidade, Ansiedade, Leitura, Afeto, Amor, Conhecimento, Património.
Celebrar 30 anos da Biblioteca Municipal Raul Brandão é também afirmar, de forma orgulhosa, o quanto este equipamento tem sido um polo dinamizador de cultura que, ao longo destes anos e sob o desígnio dos princípios consignados no Manifesto da Unesco para as Bibliotecas Públicas, foi sendo capaz de satisfazer as necessidades de informação, educação, cultura e lazer da nossa comunidade, fornecendo, evoluindo e inovando os meios necessários para o autodesenvolvimento dos indivíduos, eliminando barreiras e aumentando o conhecimento.
Os 30 anos obrigam-nos a pensar em números: começámos em 1992 com 15 000 documentos, hoje contamos com mais de 300 000. São cerca de 38 000 Leitores inscritos, mais de 70 empréstimos por dia e, aproximadamente, 6 000 documentos em circulação diariamente.
Uma Biblioteca Central, 3 Polos, uma Carrinha Itinerante e 54 Bibliotecas Escolares.
Imensas atividades de promoção e dinamização da leitura e do conhecimento: Horas do conto, Teatro de fantoches, Workshops de Leitura e Escrita, Ateliês de Arte, Exposições, Apresentação de Livros, Reportagens, Entrevistas, Documentários, Formações, Debates, Conferências e o Festival.
Como escreveu o nosso Raul Brandão - Em todas as almas, como em todas as casas, além da fachada, há um interior escondido.
Pensar uma Biblioteca, pensar a Biblioteca Municipal Raul Brandão na passagem dos seus 30 anos, é planear o presente e perspetivar o futuro. Nunca como agora o presente se confundiu tanto com o futuro. Porque queremos uma biblioteca moderna, atenta à mudança de paradigma, assente em objetivos reais, mas ambiciosos, capazes de acompanhar os anseios e necessidades de uma comunidade que, mais do que livros, precisa de respostas aos seus problemas, de acompanhar os desafios que uma sociedade de informação exige, de permitir a aquisição de competências úteis que os tornarão cidadãos de pleno direito.
Neste pressuposto trabalha-se agora a (e na) criação do Plano Local de Leitura de Guimarães – Ler é Património, que, tendo por base o diagnóstico da população que serve, possa ser capaz de desenvolver as ações que, por um lado, melhor responderão às carências nas competências leitoras, e, por outro, enriquecerão as já existentes, numa perspetiva de cada vez mais e melhor, elevando os níveis de leitura e conhecimento.
Há horas em que as coisas nos contemplam, e estão por um fio a comunicar connosco. Às vezes é um nada, um momento de êxtase em que distintamente ouvimos os passos da vida caminhando (in Vale de Josafat, Memórias, vol. III, 1933 – Raul Brandão)
Juliana Fernandes
Chefe da Divisão de Bibliotecas