DA QUARESMA À PÁSCOA

Ao longo do ano, a atividade cultural promovida pelo Município procura acompanhar o calendário das manifestações religiosas mais relevantes do catolicismo, uma vez que existe um vasto conjunto de expressões artísticas, com destaque para as musicais, que foram inspiradas, ao longo de séculos, pelos principais eventos do calendário religioso e especialmente criadas para os celebrar.
Ao mesmo tempo, estas festividades propiciam normalmente a realização de viagens, motivadas, desde logo, por reuniões familiares ou, simplesmente, como curtas férias ao longo do ano.
Assim, ao proporcionar uma oferta cultural dedicada a eventos como a Páscoa ou o Natal procuramos, não apenas divulgar a face artística de tais eventos, como oferecer aos nossos concidadãos e a quem nos visita uma programação rica e variada para enriquecer experiências e tornar ainda mais marcante a visita a Guimarães.
O programa “Da Quaresma à Páscoa”, tem vindo a assinalar e destacar Guimarães no período festivo e religioso que se aproxima. Centrando-se sempre no calendário religioso, este ano decorre de 15 a 31 de março. Paulatinamente, foi crescendo e afirmando-se como um marco do nosso calendário cultural, atraindo e fidelizando muitos visitantes à cidade.
É um programa eclético e diversificado, conforme se apresenta, destacando-se o Festival Internacional de Música Religiosa de Guimarães, a Exposição “A Paixão em Guimarães”.
Festival Internacional de Música Religiosa
A música religiosa, no sentido mais lato, representa uma parcela importante da grande música que faz parte das temporadas dos festivais de música erudita, nos quais se assiste a uma programação diversificada composta por Oratórias, Paixões, Missas, Salmos, Te Deum, entre outras obras renomadas. Face a esta evidência, o Município programa, desde 2016, o Festival Internacional de Música Religiosa de Guimarães que, este ano, se realiza de 24 a 30 de março.
César Viana, Diretor Artístico desta edição de 2024 explica que os eixos principais de programação do FIRMG, na linha de uma noção clara das responsabilidades de serviço público de um festival com estas características, são a valorização do repertório religioso ibérico do passado, em particular o português e a divulgação das grandes criações contemporâneas no domínio da música religiosa, procurando levar ao público de Guimarães e aos que visitam a cidade concertos de grande qualidade por agrupamentos de prestígio nacional e internacional, estimulando a criação contemporânea e os projetos de jovens, e apostando nas formações culturais da cidade (Orquestra de Guimarães, Quarteto de Cordas de Guimarães, coros da cidade...), numa lógica de diversidade, rigor e abrangência.
Neste contexto, anuncia-se um festival com a presença de nomes como La Grande Chapelle, da Catalunha, os agrupamentos de música barroca Ludovice Ensemble (Portugal) e Lina Tur Bonet com Música Alquemica (Espanha), o coro e orquestra da Universidade do Minho, além, claro, da Orquestra de Guimarães e do Quarteto de Cordas de Guimarães, agrupamentos da cidade, mas de qualidade e dimensão internacional, apresentando grandes obras-primas da música religiosa dos períodos renascentista, barroco, clássico e romântico, além de várias obras marcantes dos nossos dias.
O festival apresenta música religiosa de muitos tipos, mas nesta edição houve um esforço claro para centrar tanto quanto possível a programação em obras cuja temática está diretamente relacionada com a Semana Santa, período em que decorre o festival. É esse o caso das extraordinárias “Lamentações de Jacob”, de Cristobal de Morales, das “Meditações para a Quaresma”, de Marc-Antoine Charpentier, de duas versões das “Sete Palavras de Cristo na Cruz”, de Charles Gounod e de Sofia Gubaidulina, e, coroando o festival no seu último dia, da monumental oratória de Ludwig van Beethoven “Cristo no Monte das Oliveiras”.
Estreará ainda no festival uma obra inédita de música religiosa, escrita por um jovem compositor português, por encomenda do Festival.
Exposição “A paixão em Guimarães”
Trata-se de um percurso pelas igrejas, passos da Paixão e museus vimaranenses nos quais o visitante fica a conhecer um número significativo de peças de elevada qualidade artística, relacionadas com a Quaresma.
Em cada igreja e museu poderá apreciar três peças do acervo dessas instituições, relacionadas com o tema da Paixão. Por cada museu ou igreja visitada será oferecido um marcador.
Este ano, estes tesouros do nosso património nem sempre em exposição aguardam a visita de todos na Igreja de Nossa Senhora da Consolação e Santos Passos, na Igreja de São Francisco, na Igreja de São Sebastião – Dominicas, na Basílica de São Pedro, na Igreja da Misericórdia, no Museu de Alberto Sampaio, na Igreja de Nossa Senhora da Oliveira, na Sociedade Martins Sarmento, na Igreja de São José do Carmo, Igreja de Santo António dos Capuchos, na Igreja de Santa Marinha da Costa e no Santuário da Penha.
Neste percurso de visita constam também quatro passos da Paixão que se encontram espalhados pela urbe vimaranense. São 18 locais diferentes, constituindo um itinerário pela cidade, que o visitante pode iniciar e terminar onde e quando quiser.
A exposição “A paixão em Guimarães” será objeto de uma atividade mediada pelos estudantes finalistas da Licenciatura em Artes Visuais da Universidade do Minho, desenvolvida no âmbito da disciplina Prática Expositiva e dirigida a um grupo de estudantes do ensino secundário e a um grupo da comunidade sénior.
Finalmente, como este é um programa que convida à marcha para visitar todo o itinerário proposto, os “Fins de Semana Gastronómicos” proporcionarão o devido aconchego. Num período de festividades de Páscoa, a genuína gastronomia Vimaranense tem também um papel preponderante e acolhedor das famílias.
José Nobre
Diretor do Departamento de Cultura, Economia e Inovação
Isabel Pinho
Chefe da Divisão de Cultura
Consulte aqui o programa completo e participe.