Bacia de retenção de água começa a ser construída a partir de 2ª feira

A Câmara Municipal de Guimarães, através do seu Departamento de Obras Municipais, vai iniciar na próxima segunda-feira, 24 de fevereiro, o processo de regularização e revitalização da Ribeira de Couros. A obra, orçada em 524.814,97 euros, montante ao qual acresce a taxa de IVA em vigor, foi adjudicada à empresa Cândido José Rodrigues, S.A. e terá de ser executada num prazo de 180 dias (meio ano).

A intervenção, que irá contribuir para que a área urbana não seja facilmente inundada, tem como principal objetivo o melhoramento e manutenção da função hidráulica da Ribeira da Costa. Para tal, serão executadas as obras necessárias para a reabilitação e regeneração das suas margens, tendo em vista um melhoramento do sistema físico e paisagista.

A intervenção irá melhorar os caudais de escorrência, mas também eliminar pontos de constrangimentos onde a acumulação da água causava grande deposição de sedimentos em curtos espaços e assoreamento da linha de água, exigindo grandes esforços de manutenção.

Ao mesmo tempo, a realização desta empreitada, feita igualmente com recurso às técnicas de Engenharia Natural, tem como objetivo proceder à valorização paisagística e ecológica da galeria ripícola (formação linear de espécies lenhosas arbóreas e arbustivas associadas às margens de um curso de água, constituindo um corredor de copas mais ou menos fechado sobre o curso de água).

Nesta primeira fase, a empreitada da responsabilidade da Câmara Municipal de Guimarães vai decorrer no Parque da Cidade, onde será efetuada a respetiva regularização do caudal da ribeira, na zona do novo Mercado Municipal e na Veiga de Creixomil (área da Horta Pedagógica).

No Parque da Cidade, serão construídos dois açudes e será criada uma bacia de retenção com a realização de uma estrutura em betão de caráter pontual, que tem como intuito ser capaz de acumular uma intempérie, garantindo assim uma capacidade de acumulação e retardamento do efeito de cheia em situações meteorológicas anormais.

A obra contempla ainda o reperfilamento e redefinição de caminhos pedonais ao longo da ribeira. Os vários pontos de acesso e atravessamentos pedonais são propostos através de pontes de madeira, de modo a reduzir impactes pela introdução de novos elementos que permitirão uma melhor articulação com os percursos já estabelecidos.

 

Redefinição do leito
A estabilização das margens da ribeira será também realizada com a reconstrução de muros, limpeza da vegetação invasora, desobstrução e redefinição do leito (técnica das faxinas), a fim de reduzir a erosão acentuada que atualmente se observa nas margens e reconstrução do leito da ribeira, nalguns pontos, para diminuir a erosão causada pela água no leito e nas margens.

No novo Mercado Municipal, as intervenções construtivas inserem-se, na sua maioria, no âmbito da Engenharia Natural, sendo aplicadas técnicas ao longo da ribeira que permitam a estabilização dos taludes, redefinição do leito para diminuir a sua velocidade, bem como a adoção de medidas de manutenção. A Autarquia optou, também, por retirar a estrutura em betão por onde corre atualmente a ribeira, criando novamente um leito.

Por fim, na Veiga de Creixomil, os trabalhos vão consistir essencialmente na estabilização do leito, optando-se pelo uso da técnica das faxinas, que garantem também a proteção das margens contra a erosão provocada pela água. Aqui, será redesenhado um espaço extra de escoamento adequado ao espaço das hortas. No leito de cheia, será plantada vegetação ribeirinha, com o propósito de criar um habitat ribeirinho sustentável, assim como garantir o controlo do escoamento hídrico. O estabelecimento de uma nova galeria ripícola será essencial para garantir o sucesso desta intervenção. O papel que a nova vegetação vai desempenhar é crucial para a estabilização das novas margens, ao mesmo tempo que fará a sua consolidação.

A Veiga Creixomil/Ribeira de Couros, com um valor de investimento elegível aprovado de €2.918.306,17, teve uma comparticipação financeira aprovada de €2.480.560,24, equivalente a uma taxa de comparticipação de 85% (FEDER), no âmbito do PO Norte, resultantes das disposições regulamentares comunitárias (Regulamento CE n.º 1083/2006 e 1828/2006) e das normas e especificações técnicas instituídas pela Autoridade de Gestão em vigor à data da sua aprovação.