‘Geometria Sónica’ e ‘Carlos Bunga – Arquitetura da Vida’ inauguram no CIAJG a 29 de junho
Novas exposições do CIAJG resultam de coproduções com o Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas e o MAAT - Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia.
O próximo dia 29 de junho será preenchido e celebrado no Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG) com a inauguração de um novo ciclo expositivo. Uma inauguração pronta para nos surpreender às 21h30 com duas novas exposições – ‘Geometria Sónica’ e ‘Carlos Bunga - Arquitetura da Vida’ –, num dia que traz o filósofo italiano Emanuele Coccia ao CIAJG para uma Conferência às 17h00 e termina com uma Noite Sónica, pelas 23h00, composta por performances e concertos de Ricardo Jacinto e Pedro Tropa, Manon Harrois, Francisco Janes, Tomás Cunha Ferreira e Pedro Tudela. O convite para este dia é pleno e de entrada livre para todos.
Duas novas exposições compõem o 2º ciclo expositivo deste ano do Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG). A partir de 29 de junho, o som será matéria incontornável através do qual se constroem as peças de ‘Geometria Sónica’, exposição fruto de uma coprodução entre o CIAJG e o Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, na ilha de S. Miguel nos Açores. Até abril e durante mais de um ano, 13 artistas foram desafiados a colaborar para criar a partir dos Açores, tendo como ponto de partida o Arquivo de Som e Imagem da RTP. Francisco Janes, Francisco Queimadela e Mariana Caló, Jonathan Uliel Saldanha, Laetitia Morais, Manon Harrois, Miguel Leal, Mike Cooter, Pedro Tudela, Ricardo Jacinto e Pedro Tropa, Sara Bichão e Tomás Cunha Ferreira, todos criadores cujas obras e pesquisas incorporam o som como material ou como estrutura concetual, foram os escolhidos para três exposições no Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas de que o CIAJG recebe agora uma seleção de obras. A escolha do elenco baseou-se, em primeiro lugar, na sensibilidade colaborativa e, em segundo lugar, na relação que o trabalho de cada um estabelece com as caraterísticas do arquipélago dos Açores, cuja origem vulcânica, a ressonância cósmica, a presença intensa e diversa da natureza (enquanto imanência e enquanto sentimento) exerce um forte apelo sobre os mais diversos criadores e pensadores. Nuno Faria, diretor artístico do CIAJG, é o responsável pela curadoria desta ‘Geometria Sónica’.
Fruto de uma outra coprodução, desta feita com o MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, em Lisboa, onde esta exposição se apresentou inicialmente, em novembro do ano passado, ‘Arquitetura da Vida’ é a primeira grande revisão da obra do artista português Carlos Bunga, radicado desde há uma década em Barcelona. Esta mostra reúne obras de diferentes períodos, ao longo de 15 anos de produção do criador, mas também distintas linguagens e meios, como o título da exposição antecipa. A sequência de peças apresentada em ‘Arquitetura da Vida’ começa com a criação que o levou à sua primeira participação numa bienal de arte contemporânea, a Manifesta 5, em San Sebastian, Espanha, em 2004, e termina com um conjunto de obras produzidas especificamente para esta exposição, incluindo ainda outras peças nunca antes apresentadas em Portugal. Facilmente reconhecível pela criação de maquetas e peças escultórias com recurso de materiais quotidianos – do papelão à tinta de uso doméstico e à fita adesiva –, a arte de Bunga tem outros aspetos menos evidentes, que esta exposição, com curadoria de Iwona Blazwick, tenta captar, dando atenção sobretudo aos processos, elemento central da sua forma de trabalho.
A inauguração deste novo ciclo expositivo será precedida, às 17h00, por uma conferência de Emanuele Coccia que traz ao CIAJG Uma teoria do casulo. Os insetos, que são os mestres do casulo e da transformação, enganaram-nos, propõe o filósofo italiano Emanuele Coccia. Os insetos fizeram-nos acreditar que o casulo é uma ferramenta efémera, quando, pelo contrário, ela é a forma como mantêm uma relação com o resto dos vivos e com o planeta. Este professor da École des Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris, que coloca a natureza no centro do seu pensamento com obras como A Vida Sensível (2010), O Bem nas Coisas (2013, edição portuguesa pela Documenta) ou A Vida das Plantas (2016), é o convidado especial da conferência que antecede a abertura do novo ciclo expositivo do CIAJG.
Para celebrar mais um momento de inauguração de novas exposições, somos brindados com uma Noite Sónica, a partir das 23h00. Não sobrará um centímetro cúbico do espaço do CIAJG em silêncio na abertura da exposição ‘Geometria Sónica’. Uma performance de Manon Harrois vai ativar a Noite Sónica, que percorre os diferentes lugares do museu, desde a sala onde a dupla Ricardo Jacinto e Pedro Tropa revela a sua instalação – também ela marcadamente sonora – até à Black Box onde se apresentam Francisco Janes (Açor, montagem em tempo real de um filme realizado o ano passado na Serra do Açor no encalce de um incêndio devastador), Pedro Tudela (set <-> get, uma performance musical em quadrifonia) e Tomás Cunha Ferreira, que apresenta ao vivo pela primeira vez o disco Vai Começar.
Na manhã seguinte, 30 de junho, às 11h00, as famílias são convidadas a participar na ‘Máquina de Fazer Museus – Ver o invisível’, uma oficina performativa que será habitada pela imaginação e pela descoberta dos lugares invisíveis do CIAJG. Orientada por Nuno Preto, criador de Ponto de Fuga, espetáculo que é uma visita performativa a este mesmo lugar, as duas propostas têm um caminho comum. Se Ponto de Fuga visita e ativa lugares invisíveis do museu, esta oficina propõe que todos os participantes sejam eles mesmos novas obras de arte nestes sítios inacessíveis.
Recorda-se que, no CIAJG, é possível realizar visitas orientadas e oficinas criativas ao longo de todo o ano, sujeitas a marcação através de telefone 253424700 ou e-mail mediacaocultural@aoficina.pt. O museu encontra-se aberto de terça a domingo, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 19h00. Aos domingos de manhã, a entrada é gratuita. A programação pode ser consultada em www.ciajg.pt.
Notícias relacionadas
-
Exposição “Terra Estreita” inspirada pela poesia árabe de Mahmoud Darwish assinala novo ciclo expositivo do CIAJGNotícias Cultura
Exposição “Terra Estreita” inspirada pela poesia árabe de Mahmoud Darwish ...
20 Fev -
Festival “Enter the Void”: Uma Viagem para a Criatividade e Inovação Pedagógica!Notícias Cultura
Festival “Enter the Void”: Uma Viagem para a Criatividade e Inovação Pedagógica!
30 Jun