Guimarães inspira IHRU na construção de um novo modelo de gestão do parque habitacional
A apresentação do Plano de Reabilitação do Património do IHRU e o seu novo modelo de gestão foram apresentados em Guimarães, com a presença de Domingos Bragança, presidente da Câmara, e Marina Gonçalves, ministra da Habitação.
“Em Guimarães, tivemos experiências de comunidade fantásticas. É um gosto iniciar esta nova fase do IHRU aqui”, disse Marina Gonçalves, ministra da Habitação, na tarde desta sexta-feira, 17 de novembro, no auditório do Teatro Jordão, a propósito da apresentação do Plano de Reabilitação do Património do IHRU – Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana.
O processo iniciou-se em Guimarães, com uma aproximação que “até então não existia”, de acordo com o que ficou expresso pelos representantes das associações de moradores dos bairros, com quem o IHRU, ontem, celebrou protocolos que têm como objetivo implementar um novo modelo de gestão. Segundo o instituto, pretende-se “melhorar o bem-estar e o nível de conforto dos moradores dos bairros e simultaneamente beneficiar toda a comunidade envolvente na requalificação do território urbano”.
Além dos protocolos assinados com as Associações de Moradores do Bairro de São Gonçalo e do Bairro da Emboladoura – ficando a faltar o Bairro da Nossa Senhora da Conceição –, foi assinado um Memorando de Entendimento com o Município de Guimarães. Com este passo, o IHRU visa a implementação de uma política de proximidade, procurando estabelecer uma interação direta entre o instituto, os municípios, e as associações de moradores dos bairros.
“Este plano não é apenas uma folha de Excel, que muitas vezes não casa com a realidade”, disse António Gil Leitão, presidente do IHRU, que referiu ser este um “caminho longo que agora se inicia”. A intervenção no Parque Habitacional terá agora como alvo não apenas as habitações, mas também o conjunto habitacional (bairro) e os edifícios, como explicou Filipa Serpa, vice-presidente do IHRU durante a apresentação do plano. As obras previstas dizem respeito à envolvente exterior e áreas comuns dos edifícios, sempre com o objetivo de promover a eficiência energética e hídrica, melhorar o conforto acústico, reforçar o sistema estrutural, melhorar a acessibilidade das pessoas com mobilidade condicionada e renovar a imagem do edificado, o que em Guimarães já está a ser executado ou mesmo já terminado em alguns casos.
Para Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal, o trabalho desenvolvido em Guimarães por Marina Gonçalves, ministra da Habitação, “é de realçar e felicitar”, pela proximidade com que foi exercido. “Os representantes dos moradores aqui presentes poderão comprová-lo”, disse. “A senhora ministra e a senhora secretária de estado fizeram de Guimarães o seu local de trabalho. Estiveram no terreno. E esta não é uma situação normal, a que estejamos habituados, mas é o que está certo. O trabalho deve ser efetuado nos territórios, junto dos autarcas. Saúdo esta mudança de atitude do IHRU, que passou a estar mais próximo, seguindo o exemplo da senhora ministra”, disse o edil.
O presidente da Câmara lembrou que Guimarães precisa de mais habitação, pelo que o trabalho que esta a ser desenvolvido na revisão da Estratégia Local de Habitação, na Carta Municipal de Habitação e na constituição do Conselho Local de Habitação é muito importante, e será complementar ao “Programa Mais Habitação” do governo. Domingos Bragança não quis deixar de referir-se ao “excelente trabalho de gestão” feito pela CASFIG, empresa municipal responsável pelo parque habitacional municipal. “Conhecem as pessoas e procuram agir para o bem-estar dos moradores e para que todos tenham condições dignas”, disse.
Por parte do governo, Fernanda Rodrigues, secretária de estado da Habitação, falou num “virar de página na gestão do parque habitacional do IHRU”, a partir da implementação de uma postura de proximidade e colaboração entre as comissões de moradores, autarquias e “futuros gestores de porta”. Uma alteração de modelo e de abordagem que a ministra Marina Gonçalves classifica como “uma nova vida coletiva e comunitária do IHRU”, que é resultado de uma nova responsabilidade do Estado. Em relação aos protocolos assinados com as Associações de Moradores, Marina Gonçalves lembrou que “não são documentos estáticos” e que estão abertos a contributos para o seu aperfeiçoamento”.
Marina Gonçalves terminou a sua intervenção elogiando todo o trabalho que foi feito em Guimarães, com a participação dos moradores e da autarquia. “Aqui, em Guimarães, tivemos experiências fantásticas, e quero que o trabalho aqui desenvolvido se constitua como um modelo para replicar em todo o país. Este é um momento importante de viragem no modelo de financiamento do IHRU e um passo decisivo para a criação de novas respostas na habitação”, concluiu.
Na assinatura dos protocolos com o IHRU, o Bairro de São Gonçalo foi representado por Jerónimo Couto, e o Bairro da Emboladoura por Elisabete Dourado.
Notícias relacionadas
-
O futuro da habitação debateu-se a partir de GuimarãesNotícias geraisOutras NotíciasUrbanismo e Ambiente
O futuro da habitação debateu-se a partir de Guimarães
21 Out -
Subsídio Municipal ao Arrendamento: Apoio a Famílias Atinge Novos PatamaresNotícias geraisNotícias SocialOutras Notícias
Subsídio Municipal ao Arrendamento: Apoio a Famílias Atinge Novos Patamares
25 Ago