Balcão Único de Atendimento
Balcão único de atendimento já é uma realidade
No âmbito do Programa Simplex Autárquico, foi aberto ao público o Balcão Único de Atendimento, um espaço nobre com cerca de 350 m2 e excelentes acessibilidades, que disponibiliza 2 postos de atendimento urbanístico, 5 postos de atendimento geral, 2 postos de tesouraria, 5 postos de atendimento técnico especializado e 2 quiosques multimédia.
Informação
De entre as várias medidas (municipais) implementadas no Município de Guimarães, no âmbito do Programa Simplex Autárquico, acaba de ser aberto ao público o Balcão Único de Atendimento.
O Município de Guimarães encontra-se instalado no Convento de Santa Clara, edifício do Sec. XVI, localizado no Centro Histórico da cidade. Dadas as características deste imóvel, o atendimento municipal era efectuado em vários postos (mais de 20) que praticavam horários diversos. Deste modo, o cidadão tinha necessidade de se deslocar de um serviço para outro para obter a informação pretendida o que, aliado à diversidade de horários nem sempre garantia toda a informação no mesmo momento.
Por outro lado, as funções de atendimento, em muitos casos, misturavam-se com as restantes funções técnicas ou administrativas, com prejuízo quer para a produtividade dos colaboradores quer para a qualidade do atendimento ao cidadão.
O Balcão Único foi instalado em parte da ala poente do edifício sede do Município, num espaço nobre com aproximadamente 350 m2 e excelentes acessibilidades.
O Balcão Único de Atendimento disponibiliza:
- 2 postos de atendimento Urbanístico;
- 5 postos de atendimento geral;
- 2 postos de tesouraria;
- 5 postos destinados a atendimento técnico especializado;
- 2 quiosques multimédia.
Este atendimento é apoiado por uma sala com cerca de 20 lugares sentados, que proporciona aos cidadãos uma espera confortável, e orientado por um sistema de gestão de filas que veio melhorar a eficiência do atendimento dando-lhe maior organização.
Pretende-se, assim, potenciar uma gestão do atendimento municipal que garanta aos nossos cidadãos-utentes um serviço eficiente e que melhor satisfaça as suas expectativas, num ambiente agradável e num espaço moderno e atractivo.
Em síntese, num único espaço de arquitectura contemporânea, acessível a todos os cidadãos, encontra-se concentrado todo o atendimento municipal.
Este projecto permitiu, por outro lado, a recuperação e requalificação de um espaço nobre do Convento de Santa Clara.
Agora os cidadãos que procuram os serviços do Município de Guimarães dispõem de um atendimento personalizado e de qualidade, feito por uma equipa constituída por colaboradores qualificados.
Projectista: Arq. Miguel Melo
Empreiteiro: Valentim José Luis & Filhos, S.A.
Director de Fiscalização: Engº Miguel Fernandes
Valor de Adjudicação: 471.202,61€ + IVA
Igreja do Convento de Santa Clara (1)
O coro alto e o coro baixo da Igreja, o arco da sua capela-mor, refeitos, ou apontados, novamente legíveis, parecem querer contar segredos há muito guardados na clausura das Clarissas.
Fundado no século XVI, por volta de 1548, pelo Cónego Baltazar de Andrade, mestre-escola da Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira, o Convento de Santa Clara sofre uma profunda remodelação no século XVIII, hoje visível na sua volumetria aproximada, na sua exuberante fachada barroca falsamente simétrica e na rica talha da sua Igreja, guardada e exposta no Museu de Alberto Sampaio.
Extinto o convento, como todos os outros em Portugal, durará ainda até à morte da sua última freira e abadessa, em 1891, para dois anos depois ser convertido por decreto em Seminário de Nossa Senhora da Oliveira. Em 1896, um novo decreto destina o edifício a Liceu Nacional, que aí funciona até à década de cinquenta do século passado.
É já em 1968 que o edifício adquire as actuais funções de sede do Município de Guimarães, sendo este espaço da igreja destinado ao Arquivo Municipal Alfredo Pimenta até ao ano 2003, para depois, provisoriamente, vir a servir de sede da Policia Municipal.
Igreja do Convento de Santa Clara / Balcão Único da Câmara Municipal de Guimarães, 450 anos depois, o único espaço público do edifício de clausura que o Cónego Baltazar de Andrade fundou, volta a cumprir a sua missão de espaço reservado ao público. Mais uma vez aqui, entrelaça-se a História – a mais antiga com a mais recente.
Miguel Frazão
(1) Texto colocado na entrada do Balcão Único
MEMÓRIA DESCRITIVA
Projecto de Licenciamento
A instalação do Balcão único de atendimento ao Munícipe far-se-á em parte da ala poente do antigo Convento de Santa Clara.
O Convento de Santa Clara é uma obra iniciada no séc. XVI, sendo sucessivamente intervencionada nos séculos seguintes, com importantes ampliações e beneficiações. “ O edifício tem uma fachada majestosa, bastante decorada e dividida em três corpos, tendo ao centro a figura da Padroeira, num nicho, sobre o portal de entrada. Parte da construção foi levantada no século XVIII e a capela enriquecida com talhas e quadros, sendo no entanto destruída no século XIX… A extinção das ordens religiosas em 1834 levou ao abandono do Convento… Com a extinção da Colegiada em 1910 há a oficialização do Liceu.” 1 “ Em 1968, o edifício assume as funções que mantém nos dias de hoje, ou seja, passa a albergar os principais serviços da Câmara Municipal de Guimarães. Em 1973, no Local correspondente à Igreja do Convento, é instalado o Arquivo Municipal Alfredo Pimenta, transferido, em 2003, para a Casa dos Navarros de Andrade.”2
A Igreja do Convento de Santa Clara encontra-se actualmente irreconhecível, não sendo perceptível qualquer memória da riqueza formal e construtiva que teve. As intervenções tidas ao longo do séc. XIX e XX, pouco criteriosas, ao olhar actual, desvirtuaram este espaço, descaracterizando-o. Funcionalmente o Balcão único de atendimento ao Munícipe será instalado na antiga Igreja do Convento, não sendo alterada estruturalmente, pretendendo-se que a “leitura” de Igreja seja reabilitada, mas adaptando-se ás novas funções, com um novo programa e uma nova linguagem. A entrada da antiga Igreja do Convento será mantida, sendo-lhe acrescentada um paravento pelo interior. A recepção localizada a norte, é apoiada com dois postos de serviço on-line e um posto de preenchimento de formulários. A sul da entrada, existirão duas áreas, uma para atendimento geral e outra para atendimento especializado. Para o altar propõe-se a instalação de um elemento simbólico, a definir posteriormente.
A norte da Igreja far-se-á a sala de espera e as instalações sanitárias, onde se localizava o coro baixo, aquando do funcionamento da Igreja de Santa Clara. O vão existente na fachada interior norte da Antiga Igreja, a 5.00m de altura, fazia ligação visual ao coro alto, onde actualmente se localiza o salão nobre, para o qual propomos a abertura de mais dois vãos conforme estudos existentes com plantas datadas do séc. XVIII e assim refazer as ligações ao coro baixo e alto desta Igreja (conforme folha anexa).
Formalmente pretende-se um respeito pelo passado mas assumindo uma linguagem contemporânea. A nave principal voltará a ter uma “imagem” de Igreja de nave única, com função distinta. Pretendem-se igualmente “refazer” a ligação outrora existente entre a nave e os coros alto e baixo, no entanto essa ligação terá uma linguagem claramente contemporânea. O atendimento será feito em núcleos específicos, com linguagem e materiais contemporâneos, destacando-se da imagem de grande sobriedade pretendida para a nave, altar e coros, funcionando como “caixas” com cor que lhe darão um carácter de elementos efémeros.
Construtivamente propomos um piso em lajeado de granito serrado de 0.50x1.50m para todo o pavimento. A nave, altar e coro baixo terão como acabamento reboco estanhado pintados à cor branca. Para o Altar é proposto um revestimento em régua de madeira para pintar, evocando de uma forma estilizada a talha existente. As “caixas” de atendimento explicadas anteriormente terão linguagem contemporânea e construtivamente serão executadas em perfis metálicos sendo revestidas a M.D.F. para pintar. Pretende-se com esta intervenção recuperar e dignificar mais um espaço desta Câmara Municipal de Guimarães e dotá-la de condições funcionais, para um melhor atendimento do Munícipe.
1 Texto de António Stª Clara
2 Texto Isabel Maria Fernandes e António José de Oliveira