Guimarães homenageia Raul Brandão com jardim no Centro Histórico dedicado ao escritor
Uma semana repleta de eventos convocou a cidade e o concelho. Vimaranenses celebraram vida e obra de um romancista que escolheu Guimarães como sua casa.
A inauguração do Jardim Rauliano no novo Largo de Donães, onde os canteiros apresentam agora referências a obras de Raul Brandão, com realce para o simbolismo das árvores e da natureza na literatura e vida do autor de “Húmus”, é a homenagem efetuada pela Câmara Municipal de Guimarães ao romancista que viveu em Nespereira e que passa a ter no Centro Histórico a memória da comemoração do 150º aniversário do seu nascimento.
A cerimónia, que contou com leitura de poemas de Herberto Hélder e intervenções musicais por jovens do concelho, decorreu este domingo, 12 de março, no encerramento da primeira edição do Festival Literário de Guimarães, justamente no dia em que Raul Brandão nasceu. «O balanço é muito positivo! Cumpriu-se o objetivo e Raul Brandão saiu à rua, nas escolas, no teatro, em conferências, nas conversas e leituras encenadas, nos desenhos e em fotos», pormenorizou Adelina Paula Pinto, Vereadora do Município de Guimarães.
Ao longo de uma semana, de 08 a 12 de março, o concelho foi palco de várias atividades e espetáculos dedicados à vida e obra de Raul Brandão. Todo o teatro do autor foi apresentado numa festa que envolveu 13 Grupos de Teatro de Amadores do concelho, os finalistas da Licenciatura em Teatro da Universidade do Minho e os alunos das Oficinas do Teatro Oficina, reunindo mais de 150 atores e atrizes. Pela primeira vez, (quase) toda a família teatral de Guimarães esteve com o seu público para conhecer, discutir, representar e ver o teatro completo de Brandão.
«Guimarães conseguiu deitar o Húmus à terra e fez acontecer um festival que ganhou já dimensão no país, com reportagens em todos os jornais e televisões», refere a Vereadora responsável pela coordenação da Biblioteca Municipal Raul Brandão, cujas instalações foram inauguradas há 25 anos. Por aqui passaram conversas com autores e músicos, concursos, lançamentos literários, entre outras atividades, numa programação que abrangeu públicos de todas as idades.
O festival encerrou este domingo com um dia igualmente preenchido. O passeio “Ler a Cidade”, em que o escritor Miguel Real desafiou o público a viajar acompanhado da história da cidade, mostrou a descoberta dos recantos de Guimarães pela voz de um ficcionista apaixonado pela História. De tarde, na Biblioteca, falou-se sobre “Raul Brandão e a Imprensa”, com Nuno Costa Santos, Rui Tavares e Pedro Vieira, realizando-se em seguida a entrega de prémios aos vencedores do concurso “#RBCool” e uma conversa com a fadista Aldina Duarte, fã confessa de “Húmus”, de Raul Brandão.
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