Guimarães escolhida para o projeto inovador para reduzir emissões com recurso a “gémeos digitais”

O projeto CITY4CLIMATE é uma iniciativa financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que pretende criar “gémeos digitais” capazes de monitorizar em tempo real as emissões de gases com efeito de estufa e simular o impacto de medidas políticas na sua redução.
Guimarães é uma das três cidades portuguesas escolhidas para integrar o projeto CITY4CLIMATE, uma iniciativa financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que pretende criar “gémeos digitais” capazes de monitorizar em tempo real as emissões de gases com efeito de estufa e simular o impacto de medidas políticas na sua redução.
A iniciativa, que junta 15 parceiros de várias áreas, vai transformar Lisboa, Porto e Guimarães em cidades-piloto, funcionando como laboratórios de experimentação urbana rumo à neutralidade carbónica. Na prática, serão criadas réplicas digitais tridimensionais do território, alimentadas por dados recolhidos em tempo real através de sensores IoT, satélites e plataformas municipais. Estas ferramentas permitirão simular cenários de intervenção, desde alterações no trânsito até novas infraestruturas verdes, e visualizar imediatamente o seu efeito nas emissões.
Em Guimarães, o projeto contará com o envolvimento direto da URBIA, a plataforma colaborativa de inteligência urbana do Município e considerada uma das mais avançadas a nível nacional, responsável pela integração, recolha e disponibilização de dados externos. Com a introdução de um gémeo digital, esta solução inovadora possibilitará o acesso a informação relevante sobre o território, a modelação de cenários e a participação ativa no seu desenvolvimento. Permitirá, ainda, simular intervenções e avaliar impactos em tempo real, funcionando como uma ferramenta interativa e preditiva de apoio à decisão, capaz de antecipar resultados e orientar políticas públicas mais eficazes. Para além disso, o projeto tem como objetivo disponibilizar ferramentas abertas, permitindo a sua replicação noutros territórios e garantindo que os benefícios desta abordagem se estendam para além das cidades-piloto.
Até agora, a monitorização das emissões apresentava um atraso de vários meses ou até anos. Com esta tecnologia, Guimarães e as restantes cidades poderão, pela primeira vez, ligar causa e efeito de forma imediata, avaliando o impacto das suas políticas ambientais com maior precisão e rapidez.
Segundo os responsáveis do projeto, este é um passo essencial para atingir a meta europeia da neutralidade carbónica, sobretudo tendo em conta que as áreas urbanas concentram 75% da população da União Europeia e representam mais de 70% das emissões de CO2.
Além da aplicação direta em Lisboa, Porto e Guimarães, o modelo foi desenhado para ser replicado noutros territórios. Cidades como Aveiro, Famalicão e Oeiras já acompanham o processo como parceiras colaboradoras, com vista a aplicarem os resultados logo que o projeto termine, em junho de 2026